“Ouvimos com muita atenção e com espírito construtivo aquilo que foram as decisões do Conselho de Ministros. Nós temos várias propostas para apresentar de forma construtiva, de maneira a serem ultrapassadas dificuldades que estão identificadas, desde logo no relatório que se seguiu ao enorme incêndio de Pedrogão”, declarou à RTP/Açores Assunção Cristas.
A líder do CDS-PP, que esteve hoje na ilha de São Jorge, nos Açores, para participar na tomada de posse da única câmara municipal conquistada pelo partido, nas eleições autárquicas, na região (Velas), considerou “muito importante olhar para os danos que as pessoas tiveram”.
“Vimos com atenção, e com agrado, que o primeiro-ministro, embora tardiamente, veio a admitir a indemnização de todas as pessoas que perderam os seus familiares, um aspeto muito importante para nós porque ninguém consegue trazer de volta a vida das pessoas”, declarou a dirigente centrista.
Para Assunção Cristas, “no mínimo, o Estado tem que dar o conforto de quem reconhece que não esteve bem, errou e que, naturalmente, ajuda as famílias que perderam os seus familiares, através de uma indemnização”.
Assunção Cristas considerou também “muito importante” que haja uma estrutura de missão para a reconstrução das regiões do norte e centro do país, que “foram muito afetadas” mas, sustentou, “para ser eficaz tem que ter um quadro financeiro associado para que as coisas sejam rápidas e não estejam dependentes de procedimentos muito burocráticos”.
A dirigente defendeu um “maior esforço” por parte do Orçamento do Estado para que “rapidamente os apoios cheguem às empresas, muitas delas com postos de trabalho em risco”, bem como às pessoas na “reconstituição das suas casas e vidas”.
A líder centrista reafirmou que o grupo parlamentar do CDS-PP, em pequenos grupos, irá descolar-se ao território atingido pelas chamas para “recolher no terreno uma sensibilidade que só aí se consegue percecionar junto das pessoas afetadas, empresas e autarcas”, com o objetivo de desenhar e apresentar mais propostas para além das que já estão delineadas pelo partido.
O Governo aprovou sábado, entre outras medidas, uma Estratégia Nacional de Proteção Civil Preventiva, em que define como “essencial” aproximar a prevenção e o combate aos incêndios rurais e como “prioritário” reforçar o profissionalismo e capacitação em todo o sistema.
Além da aposta na profissionalização, a Estratégia Nacional de Proteção Civil Preventiva vai reforçar o papel das Forças Armadas e da Força Aérea na prevenção e no combate aos incêndios.
No que diz respeito à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), o Conselho de Ministro decidiu que a instituição vai ser “definitivamente institucionalizada, com um quadro de profissionais próprios, com carreira própria, com dirigentes designados por concurso”, anunciou o primeiro-ministro, António Costa, no final da reunião do executivo.
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