Menos de duas semanas depois do debate em que a tensão entre os dois subiu devido a uma pergunta de Assunção Cristas sobre se condenava os incidentes no bairro da Jamaica, Seixal, em que António Costa questionou se a questão estava relacionada com o seu “tom de pele”, hoje o debate foi diferente.
Cristas desafiou Costa a dizer que, no quadro europeu, o Governo prescindia do “direito a veto” na decisão sobre criação de impostos europeus “nas costas dos portugueses”.
Portugal “está a prescindir de um direito de soberania", acusou.
António Costa afirmou que, a serem criados, estes impostos não atingem diretamente os portugueses, mas sim as grandes multinacionais, por exemplo, da área digital.
E contrapôs que o princípio da unanimidade favoreceu os "países que querem ser paraísos fiscais", nessas áreas, como a digital.
Por duas vezes, a líder centrista disse que, se se confirmar que Portugal prescinde do princípio da unanimidade, “prescinde do veto” à criação de impostos europeus que podem atingir os contribuintes.
“Hoje a Google, amanhã o mar português”, alertou.
António Costa contrapôs que se poderá fazer “à escala europeia” o que não se faz a nível nacional e deu o exemplo das “pequenas e médias” empresas, como cafés, questionando se achava justo que essas pagassem impostos e as outras, as grandes empresas, “não paguem aqui nem” ao nível europeu.
Já no fim deste frente-a-frente, tanto Assunção Cristas como António Costa admitiram esta divergência.
“Entende que de hoje para amanhã podem ser criados impostos contra a vontade de Portugal. O CDS é frontalmente contra”, afirmou Assunção Cristas.
António Costa registou a diferença de posições e comentou que “essas são as boas divergências” que podem existir entre o executivo e um partido.
Ainda durante o debate, Cristas questionou Costa sobre as medidas para apoiar os cuidadores informais e as pessoas cuidadas, que vão ser aprovadas na quinta-feira, em Conselho de Ministros.
“Será um verdadeiro estatuto do cuidador ou são regras isoladas?”, questionou, depois de registar a coincidência de também estar previsto para quinta-feira o anúncio da proposta centrista para os cuidadores informais.
O chefe do executivo não respondeu em concreto à líder do CDS-PP, remetendo-a para o texto da proposta de lei que será aprovada pelo Governo.
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