"É difícil, com certeza que é, quem está tem sempre vantagem, torna-se mais difícil quando há duas candidaturas no espaço político de centro-direita, se houvesse só uma seria certamente mais fácil, mas em democracia não há impossíveis", afirmou à Lusa depois de confrontada com declarações do ex-dirigente do PSD Nuno Morais Sarmento.

Nuno Morais Sarmento defendeu na quinta-feira que o atual presidente da Câmara de Lisboa "era perfeitamente derrotável" nas próximas autárquicas e apontou Cristas como a candidata que melhor poderá estabelecer uma "relação individual" com os eleitores.

"Trabalharei sempre com esse fito e esse objetivo que é derrotar Fernando Medina", afirmou Assunção Cristas, sem nunca comentar diretamente as palavras de Nuno Morais Sarmento, e sublinhando que está "no terreno desde 10 de setembro do ano passado".

Numa conferência sobre o sistema político português, organizada pelo Núcleo de Estudantes Social Democratas da Faculdade de Direito de Lisboa (NESD/FDL), Nuno Morais Sarmento apontou erros no processo eleitoral em Lisboa para as próximas autárquicas, em que "os diretórios dos partidos" escolheram "majestaticamente os seus candidatos" e lamentou que o PSD tenha considerado o atual presidente da Câmara "inderrotável".

"Aqui em Lisboa vai-me ser difícil... Olhando, qual é de todos os candidatos aquele que tenta ter uma relação individual [com os eleitores]? É a Assunção Cristas", afirmou o antigo ministro da Presidência dos Governos PSD/CDS de Durão Barroso.

Assunção Cristas esteve na quinta-feira à noite no auditório da Junta de Freguesia de Campo de Ourique para debater segurança e proteção civil, em mais uma das conferências designadas "Ouvir Lisboa", coordenadas pelo antigo presidente da Câmara eleito pelo PSD António Carmona Rodrigues.

A candidata diz que tem já dezenas de propostas nesta área e, apesar de não querer revelar o seu conteúdo, apontou que "a primeira de todas será dar atenção às questões infraestruturais, às questões dos riscos, que não estiveram na prioridade de governação de Medina".

"Vemos a [rua] Damasceno Monteiro, onde caiu o muro, que estava sinalizado há muito tempo, vemos o viaduto de Alcântara parado há um mês e meio, e o que se percebe hoje é que foi simples desgaste, vemos o caneiro de Alcântara de vez em quando a fazer buracos na avenida de Ceuta, o viaduto de Pedrouços também está com dificuldades", ilustrou.

"O plano de drenagem não foi uma prioridade para o executivo socialista durante dez anos, está tudo por fazer", frisou.

Na conferência participaram, entre outros, o tenente-general Leonel Silva Carvalho, e Ana Lencastre, ex-diretora municipal de Proteção Civil.