Em declarações à agência Lusa cerca das 12:00, António Marques adiantou que a “greve não está a ter impacto no normal funcionamento da empresa”, tendo os CTT registado (através do sistema de processamento de ordenados dos trabalhadores aderentes à greve) que a taxa efetiva de adesão se situava nos 17%.

“É um número que nos deixa satisfeitos. É um número com o qual a empresa consegue viver sem perturbações significativas no seu modelo de funcionamento. Nós temos preparados planos de contingência para podermos continuar a efetuar a distribuição ao longo de todo o país e vamos conseguir fazê-lo”, disse.

António Marques adiantou também que se for necessário, a empresa vai trabalhar nos dias 23 e 26 para regularizar algumas situações.

“Também a nível do atendimento os números falam por si: das 608 lojas espalhadas pelo país, 606 estão abertas, portanto as alterações ao nível do atendimento estão em quase total normalidade. O número deixa-nos tranquilos e permite-nos encarar estes dois dias de greve com sentido de responsabilidade e ao mesmo tempo uma não grande preocupação”, salientou.

Questionado sobre os números da empresa não coincidirem com os avançados com os dos sindicatos, que apontaram uma adesão de 80% nos turnos da noite, António Marques disse que “possivelmente terá sido um lapso”.

“Estes números contam com os números dos turnos da noite, com a realidade da distribuição e das lojas de todo o país. Este número que o sindicalista avançou de cerca de 80% terá sido um lapso. Acho que 80% estariam a trabalhar nos centros de produção e logística e 20% estariam em greve. Terá sido com certeza um engano”, indicou.

No entender do diretor-geral de recursos humanos dos CTT, a baixa adesão à greve é justificada pela”grande preocupação de clientes e trabalhadores em prestar um serviço de qualidade”.

Na terça-feira os CTT, que empregam 12 mil trabalhadores, dos quais cerca de sete mil são da área operacional (rede de transportes, distribuição e carteiros), divulgaram um plano de reestruturação que prevê a redução de cerca de 800 postos de trabalho nas operações da empresa ao longo de três anos, devido à queda do tráfego do correio.

De acordo com o SNTCT, a Comissão Executiva dos CTT informou os representantes dos trabalhadores de que pretende reduzir o número de trabalhadores, entre 600 e 700, durante os próximos três anos, com especial incidência em 2019 e 2020.

O SNTCT lembrou que o pessoal foi sendo reduzido de tal forma que a qualidade do serviço está posta em causa.

No arranque da greve, na quarta-feira à noite, estiveram junto à central de distribuição em Cabo Ruivo, em Lisboa, a prestar solidariedade aos trabalhadores, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, e o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, e o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, bem como o deputado do Bloco de Esquerda, José Soeiro.

A paralisação foi também convocada pelo Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Correios, Telecomunicações, Media e Serviços (SINDETELCO), filiado na UGT.

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