Além das valências da Unidade Especial de Polícia, o projeto global, revela o MAI em resposta à Lusa, contempla também "a transferência para o Viso dos Núcleos de Logística e de Formação da PSP, bem como a instalação de toda a Divisão de Trânsito (atualmente dispersa por dois edifícios)".
O projeto abrange também a construção de uma esquadra genérica (com salas de detenção e espaços de apoio a vítimas de violência doméstica), que vai substituir a existente na zona do Viso e em instalações já degradadas, acrescenta.
No local, vai ser ainda edificado um Centro de Operações com as respetivas capacidades de Comando e Controlo.
"No total, o projeto envolve a colocação de 420 polícias nas futuras instalações da PSP no Viso - o que traduzirá uma maior rentabilização operacional dos efetivos, por deixarem de estar dispersos por diferentes espaços como agora sucede", salienta a tutela.
Na segunda-feira, na sequência de numa visita ao Quartel da Bela Vista, o PCP denunciava a falta de condições "dignas" quer para os profissionais, quer para o atendimento à população, considerando aquelas instalações "desadequadas".
À data, e em declarações aos jornalistas, a deputada Diana Ferreira adiantava que ia enviar um requerimento à tutela, a exigir um prazo sobre a conclusão do projeto do Viso, infraestrutura que está prevista vir a acolher a PSP do Porto.
"Sabemos que há a possibilidade de transferência graças ao projeto do Viso, mas precisamos de um prazo para estes profissionais saberem quando terão melhores condições", disse a deputada, que reuniu com o comandante da PSP do Porto, Paulo Lucas.
Em resposta à Lusa, a tutela adiantou hoje que o valor global do investimento desta intervenção ascende os 14 milhões de euros, prevendo-se a sua conclusão para o final de 2023.
No que se refere ao Posto Territorial da GNR de Arcozelo, outro dos casos denunciados pelo PCP, o MAI afirma que a Câmara de Vila Nova de Gaia "disponibilizou recentemente um terreno que, de acordo com pareceres técnicos, reúne condições para a construção de raiz de um novo Posto Territorial da GNR naquela localidade".
Assim, acrescenta a tutela, vão ser iniciados contactos com o município no sentido da celebração de um protocolo de cooperação entre o MAI, a autarquia e a GNR, para concretização do projeto, cujo valor global do investimento ascende a um milhão de euros, mais IVA.
No início da semana, o PCP denunciava ainda a existência de salas com infiltrações ou de espaços inacessíveis a pessoas com mobilidade reduzida.
"A frota que não é renovada há largos anos ou é renovada às pinguinhas. Alguns municípios fazem oferta de carros, mas essa não é uma solução ideal, nem justa, porque essa é uma responsabilidade do Estado", acrescentava Diana Ferreira, que tinha já criticado a falta de meios e recursos humanos na PSP do Porto.
Em resposta à Lusa, o MAI refere que desde 2017 tem vindo a ser realizado um importante investimento em áreas como a reabilitação ou construção de infraestruturas (23,1 milhões de euros), tendo já sido concluídas 54 empreitadas, estando outras 22 em curso.
Salienta ainda que foi lançado o maior procedimento de aquisição centralizada de veículos desde 2008: cerca de 57,2 milhões de euros para a aquisição de 2.422 viaturas.
"Em 2018 e 2019, a Lei de Programação permitiu a aquisição de 982 viaturas para as Forças e Serviços de Segurança, totalizando um investimento de cerca de 23,9 milhões de euros", refere o MAI.
Segundo o MAI, a distribuição dos equipamentos e viaturas é feita de acordo com o levantamento das necessidades identificadas pela PSP e pela GNR cujas condições de trabalho "têm vindo a melhorar progressivamente".
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