O animal, nascido na Índia, tem idade estimada entre 50 e 54 anos e chegou ao Santuário de Elefantes do estado de Mato Grosso após deixar, no último sábado, o Ecoparque de Buenos Aires, extinto jardim zoológico onde vivia desde 1995, depois de passar a primeira parte da sua vida como atração de circo.

"Agradecemos a todos que nos ajudaram, principalmente ao Ecoparque de Buenos Aires, e às autoridades de Brasil e Argentina, que tornaram possível o transporte internacional da elefante durante esta pandemia", publicou o santuário no Facebook, onde transmitiu ao vivo a chegada do animal. "Mara está em casa!", comemorou a organização.

A viagem estava programada desde janeiro e respeitou procedimentos de segurança para proteger do novo coronavírus tanto o animal e como as duas equipas técnicas que acompanharam parte do trajeto.

Mara, de 5.550 kg, foi transportada em numa jaula-contentor, descarregada com a ajuda de um guindaste por volta das 13h40 locais (18h40 em Lisboa). O animal saiu com cautela, após inspecionar com a sua tromba, por cerca de 40 minutos, a entrada do recinto onde passará a primeira noite, para iniciar a sua adaptação.

No santuário, de 1.133 hectares, localizado na Chapada dos Guimarães, Mara viverá num ambiente de árvores, relvado e espaço para brincar na lama, juntamente com outras três elefantes asiáticas: Maia, Lady e Rana.

Como parte do processo de adaptação a condições mais livres, Mara deixou a jaula quando quis, e, do lado de fora, era aguardada por uma montanha de terra e água, que o animal começou a derramar no próprio corpo para combater o calor mato-grossense.

A elefante não foi incentivada a sair da jaula, para que comece a "tomar as próprias decisões" na sua nova vida no santuário, explicou uma funcionária durante a transmissão ao vivo. O animal, de três metros de altura, alimenta-se de 1.000 kg diários de verduras, forragem e junco.

Em outubro de 2019, a elefanta asiática Ramba, com idade estimada entre 60 e 65 anos, chegou ao santuário procedente do Chile, depois de décadas a atuar  em circos sul-americanos. Dois meses depois, morreu devido a uma doença renal diagnosticada sete anos antes.

O santuário, o primeiro deste tipo na América Latina, foi inaugurado em 2016, com a ajuda da organização Global Sanctuary for Elephants (GSE), com sede nos Estados Unidos.