Na sua intervenção, Daniel Adrião elogiou a proposta que António Costa disse ter levado ao Presidente da República para que o seu antigo ministro das Finanças formasse Governo como primeiro-ministro, sem recurso a eleições legislativas antecipadas.
Mas foi mais longe em relação ao governador do Banco de Portugal: “Acho que nós devíamos ponderar muito bem sobre esta disponibilidade que Mário Centeno demonstrou para liderar o Governo”.
“Porque eu estava aqui a pensar com os meus botões, e pensei assim: bom, se calhar o Mário Centeno é mesmo o melhor candidato a primeiro-ministro que o PS pode apresentar ao país no sentido de ganhar as eleições do próximo dia 10 de março”, disse, numa intervenção à qual a agência Lusa teve acesso.
O dirigente da linha minoritária dos socialistas sugeriu depois que “era de ponderar, havendo essa disponibilidade de Mário Centeno, convidá-lo para efetivamente ser o candidato do PS às próximas eleições no dia 10 de março, porque nada nos estatutos impede que isso aconteça”. “Não há nada nos estatutos do PS que diga que é o secretário-geral do PS que tem de ser o candidato a primeiro-ministro. E, portanto, acho que todos concordarão que provavelmente não vamos encontrar nenhum outro candidato que tenha tão boas condições para ganhar as próximas eleições do que Mário Centeno, mesmo sendo independente”, advogou.
Daniel Adrião considerou mesmo que Mário Centeno seria um bom candidato a primeiro-ministro, “se calhar até por ser um independente, alguém com provas dadas, não apenas do ponto de vista do seu percurso profissional, mas também como ministro das Finanças dos governos de António Costa”.
” E, portanto, eu acho que o PS não pode mesmo desperdiçar esta oportunidade, António Costa, e essa é uma escolha tua, tua”, repetiu para acentuar a sua ideia.
De acordo com o dirigente do PS, Mário Centeno “é uma escolha de António Costa, porque o António Costa propôs o nome do Mário Centeno ao Presidente da República”.
“Portanto, foi António Costa que fez essa escolha, com a qual estamos todos de acordo, penso eu. E, portanto, não vejo nenhuma razão para que agora, de facto, Mário Centeno não seja o candidato dos socialistas a primeiro-ministro. Acho que é uma oportunidade única e, se não o fizermos, entendo que nos poderemos arrepender amargamente” advertiu.
Na sua intervenção, Daniel Adrião sustentou ainda que “se poderia reeditar, com toda a propriedade, a experiência ocorrida em 2014 das eleições primárias para a escolha do candidato a primeiro-ministro”.
“Houve umas eleições primárias não para a escolha do líder do partido, mas para a escolha do candidato a primeiro-ministro. E, portanto, considero que seria muitíssimo interessante que o partido desencadeasse um processo de primárias abertas, à semelhança do que aconteceu em setembro de 2014, para a escolha do candidato a primeiro-ministro. Seria um candidato fortíssimo do PS e que com quase toda a probabilidade ganharia as próximas eleições”, acrescentou.
Comentários