A Polícia Judiciária (PJ) e a Autoridade Tributária efetuaram esta quarta-feira 10 buscas para investigar fraude fiscal e branqueamento de capitais em negócios de venda de carne entre uma sociedade de grupo empresarial português e uma empresa estatal venezuelana.
O inquérito-crime é dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
O DCIAP emitiu esta quinta-feira um comunicado a informar que "foram constituídos 5 arguidos, 3 pessoas coletivas e 2 pessoas singulares, entre as quais não se inclui Mário Lino".
Mário Lino, ex-ministro de José Sócrates, foi presidente não executivo da Iguarivarius. Segundo a TVI24, esta será uma das empresas onde a PJ realizou buscas esta quarta-feira.
O DCIAP esclarece ainda que "no decurso da operação, foi formalizada uma detenção mas por factos (detenção de arma de proibida) sem relação com o objeto deste inquérito e que, como tal, deram origem a um processo autónomo".
Segundo um comunicado da PJ, na “Operação Navidad” foram realizadas 10 buscas, incluindo domiciliárias, e sob suspeita estão vários contratos, celebrados entre 2013 e 2016, entre uma empresa estatal venezuelana e uma sociedade pertencente a um grupo empresarial português, no valor de dezenas de milhões de euros, respeitante à venda de várias toneladas de carne.
“Existem fortes suspeitas de que os elevados proventos obtidos com o negócio não tenham sido integralmente declarados fiscalmente, bem como de que os arguidos tenham recebido comissões avultadas através de sociedades ‘offshore’, lesando o Estado português em milhões de euros”, refere a nota, precisando que o caso foi investigado pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da PJ e pela Direção de Serviços de Investigação da Fraude e de Ações Especiais (DSIFAE).
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