“A partir do dia 1 de setembro, nós vamos ter uma circulação com uma regularidade de 10 em 10 minutos nos períodos de ponta, com uma regularidade de 15 em 15 e de 20 em 20 nos períodos de não ponta ou em algumas alturas de feriados e fim de semana”, disse hoje Eduardo Vítor Rodrigues na apresentação do serviço de autocarro a hidrogénio, no quartel dos bombeiros Sapadores de Gaia.

A faixa BUS entre a Rotunda Afonso de Albuquerque e os Arcos do Sardão, que também permitirá a circulação de bicicletas e outros meios de mobilidade suave, foi hoje inaugurada com uma viagem num autocarro a hidrogénio da Salvador Caetano.

“Acho que toda a gente percebe que não era possível avançarmos imediatamente para um modelo ‘metrobus’ puro, com material circulante tradicional do modelo ‘metrobus’, porque o corredor que ainda temos é um corredor muito curto, não é propriamente a Avenida da Boavista [no Porto], onde aí sim vamos ter um modelo com material circulante de outro calibre”, disse, em referência ao projeto no Porto.

Ao contrário do projeto da Metro do Porto na Boavista, que terá estações próprias com máquinas de venda de bilhetes e validadores, no corredor BUS gaiense são visíveis as tradicionais paragens de autocarro, meio de transporte que tem efetivo caminho livre na sua faixa na maior parte do percurso.

Porém, o autarca socialista de Gaia defendeu que “o conceito é o mesmo”, assumindo que a gratuitidade do serviço até 31 de dezembro tem como objetivo “evoluir, cativar, fazer charme às pessoas, para que elas voltem ou venham para o transporte público urbano”.

“A partir de 01 de setembro, se aquele que se desloca para o rebatimento do metro [em D. João II] perceber que se desloca melhor num autocarro com uma frequência certa, com uma qualidade garantida, e onde pode continuar a ver o Instagram, depois teremos em dezembro muito mais gente a circular do que tivemos no arranque da operação”, estimou Eduardo Vítor Rodrigues, também presidente da Área Metropolitana do Porto.

Em concreto, o serviço irá da estação de metro de D. João II usando a faixa BUS entre a Rotunda Afonso de Albuquerque aos Arcos do Sardão, seguindo depois até à zona de Baiza, em Vilar de Andorinho, servindo “todo o interior da urbanização da Rua Condessa Paço Vitorino”.

“No fundo, o que teremos não é um modelo tradicional de transporte público, é mesmo um ‘shuttle’, um vaivém”, resumiu Eduardo Vítor Rodrigues, sendo a ideia privilegiar “a rapidez, a velocidade”, defendendo que não faria sentido estar “no meio do trânsito com um autocarro altamente eficiente, altamente moderno, numa fila que partilha com um ligeiro”.

Para já, até 01 de setembro, os utilizadores da faixa BUS continuam a ser as empresas que atualmente prestam serviço ao abrigo das autorizações provisórias (nomeadamenta a MGC), sendo que o serviço denominado ‘metrobus’ será operado pela Feirense.

A primeira fase da empreitada, inicialmente orçada em 3,8 milhões de euros, sofreu um aumento de 300 mil euros para 4,1 milhões, disse, devido a “acertos de obra no terreno” e não à inflação.

O autarca lançou também hoje, juntamente com os presidentes de junta de Vilar de Andorinho, Oliveira do Douro e Avintes, o protocolo para a segunda fase do projeto, cujo projeto de execução custará, em si, 600 mil euros.

Já a empreitada que permitirá estender o corredor BUS e o serviço até à rotunda de entrada em Avintes custará até oito milhões de euros e envolverá, à semelhança da primeira fase, a requalificação de todas as estruturas de redes subterrâneas.

Eduardo Vitor Rodrigues apontou a conclusão da segunda fase já para depois do final do seu mandato, que termina em 2025. Posteriormente, o objetivo será chegar à zona industrial de Avintes e, depois, a Crestuma e Lever.