Entre os novos rostos, são vários os que já se sentaram no hemiciclo da Assembleia da República, mas vestindo outra camisola partidária.
Rui Cristina, que se desfiliou do PSD no final de janeiro e termina a atual legislatura como não inscrito, concorreu anteriormente pelo PSD na lista por Faro e chegou a ser indicado nestas legislativas como candidato pela AD, mas escolheu encabeçar a lista do Chega por Évora.
Eduardo Teixeira, eleito por Viana do Castelo, foi militante do PSD durante décadas, autarca e deputado social-democrata.
Outro ex-social-democrata que vai ser agora deputado do Chega é Henrique de Freitas, que se desfiliou do PSD no ano passado, onde militava desde 1979. Além de deputado e vice-presidente da bancada, integrou os governos de Durão Barroso e Santana Lopes.
Também a antiga deputada social-democrata Manuela Tender vai sentar-se agora na bancada do Chega. Em 2018, quando era também vereadora na Câmara de Chaves, esteve envolta numa polémica por ter presença registada no mesmo dia no parlamento e na reunião daquela autarquia.
Existem também ex-militantes do PSD que se estreiam como deputados, entre os quais António Pinto Pereira, advogado e antigo comentador do programa de entretenimento da TVI “Você na TV”.
Cristina Rodrigues foi eleita em 2019 pelo PAN. Mais tarde, saiu do partido incompatibilizada com a direção e passou a deputada não inscrita, tendo sido acusada de apagar milhares de emails do partido. Em 2022, já numa nova legislatura, tornou-se coordenadora jurídica do Grupo Parlamentar do Chega, partido no qual se filiou com cargo dirigente.
O Chega elegeu ainda Nuno Simões de Melo pela Guarda, que foi conselheiro nacional da IL.
João Tilly, primeiro eleito ao Conselho Nacional do Chega, partilha vários vídeos na plataforma Youtube, na qual tem quase 65 mil seguidores, e onde assume posições polémicas.
Faz várias vezes discursos contra a comunicação social e refere-se aos jornalistas como “jornalekos”. Na última convenção, deu novas designações às siglas dos principais canais televisivos.
Também Marcus Santos, apoiante do ex-Presidente do Brasil Jair Bolsonaro, tem sido crítico dos jornalistas. Após saber que tinha sido eleito escreveu na rede social X que “a extrema-esquerda racista, fascista e a comunicação social mentirosa vão ter que levar com o negão do Chega”.
Nascido no Rio de Janeiro, vive em Portugal há mais de uma década e obteve a nacionalidade portuguesa. O luso-brasileiro é praticante de MMA (artes marciais mistas) e defende um controlo da entrada de estrangeiros em Portugal.
Entre os novos deputados do Chega estão também os dois assessores de comunicação, Patrícia Carvalho e Bernardo Pessanha.
Patrícia Carvalho, ex-jornalista, foi número dois pelo círculo de Setúbal. A adjunta da Direção Nacional do Chega é assessora de André Ventura desde 2019.
Bernardo Pessanha, presidente do Conselho de Jurisdição Nacional do Chega, já tinha passado antes pelo parlamento quando foi assessor do PSD.
Ricardo Dias Pinto, adjunto da direção, que surge no site do partido com o nome Regalla, é outro dos eleitos. De acordo uma informação verificada pelo Polígrafo, o seu nome consta na lista pública de execuções como tendo uma dívida de quase 15 mil euros, processo extinto em 2019 por “inexistência de bens”.
Também Rodrigo Taxa e Carlos Barbosa já trabalhavam na Assembleia da República, como assessores a nível jurídico e político.
Outra antiga militante do PSD que será agora deputada pelo Chega é Diva Ribeiro, professora e dirigente.
Pedro Correia, um dos eleitos por Santarém, é maestro, professor de música e evangélico, assim como Daniel Teixeira, eleito por Setúbal, segundo a revista Sábado.
No domingo, o Chega conseguiu também reeleger os 12 deputados que o partido tinha conseguido em 2022.
O Chega quadruplicou a sua representação parlamentar, elegendo pelo menos 48 deputados, faltando ainda atribuir os quatro mandatos dos círculos da emigração.
Comentários