"A decisão judicial confirma a nossa visão de que Lula não vai poder ir a votos na eleição de outubro, porque segundo leis aprovadas durante o seu mandato, a condenação torna-o inelegível para um cargo público; os mercados financeiros reagiram favoravelmente e é provável que continuem otimistas, já que a decisão judicial reduz os riscos sobre a continuidade das políticas em período pré-eleitoral", consideram os analistas desta consultora do grupo da agência de notação financeira Fitch.

"Lula tem consistentemente liderado as sondagens, fazendo campanha contra as reformas económicas defendidas pelo Presidente, Michel Temer", que os analistas internacionais dizem ser fundamentais para garantir a continuidade do crescimento económico no Brasil, depois de dois anos de recessão.

Para a BMI Research, a corrida presidencial brasileira está "completamente em aberto" e as tentativas de Lula para se candidatar a um novo mandato não vão parar nas próximas semanas, sendo por isso previsível que "a volatilidade continue nos próximos meses".

Lula da Silva assumiu a Presidência em 2003 e exerceu-a durante dois mandatos consecutivos, até passar em 2011 o poder à sua pupila Dilma Rousseff, destituída em 2016 por irregularidades fiscais.

Na quarta-feira, um tribunal de segunda instância de Porto Alegre confirmou o veredicto da primeira instância, considerando Lula culpado de corrupção passiva e branqueamento de dinheiro, por ter aceitado um apartamento ‘triplex’ à beira-mar, oferecido por uma empresa de construção civil, e aumentando em um terço a sua pena de prisão, de nove anos e meio para 12 anos e um mês, mas deixando-o em liberdade enquanto aguarda o resultado dos recursos que a sua defesa interporá.