“Vamos ficando preocupados, de dia para dia, com estes sinais negativos que vêm do lado do Governo. Nós, quando queremos fazer um acordo com alguém, não tratamos mal a pessoa com quem queremos fazer um acordo”, lamentou, em declarações à agência Lusa, o deputado e membro do Secretariado Nacional do PS.
Segundo Marcos Perestrello, as declarações de hoje de Luís Montenegro são “de quem não está interessado em fazer nenhum acordo nem nenhum compromisso com o PS para a aprovação” do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).
“São declarações em linha com as que o primeiro-ministro tinha feito no final da reunião da sexta-feira, em que fez de conta que ficou muito surpreendido com aquilo que o secretário-geral do PS lhe transmitiu, designadamente em relação às duas condições que impunha para emprestar o seu voto à viabilização do orçamento”, comparou, referindo-se à rejeição das propostas do Governo para o IRS e para o IRC.
De acordo com o dirigente socialista, “essa posição do PS é conhecida há muito”, remetendo para o discurso que Pedro Nuno Santos fez na rentrée política dos socialistas no início de setembro e no qual tinha sido “muito claro”.
“Fazer de conta, como fez o primeiro-ministro, que não conhecia essas propostas, de que foi surpreendido por essas propostas e atacar violentamente o secretário-geral logo no final da reunião e a maneira como hoje se dirigiu aos deputados do PSD, em linha também com o que já tinha sido dito por vários ministros ao longo destes dois dias, a mim deixa-me bastante preocupado porque são um sinal de que o Governo não está muito interessado em fazer um acordo”, considerou.
Para Marcos Perestrello quando se quer fazer um acordo com alguém não se está “constantemente a tratar mal essa pessoa, a destratar essa pessoa, a insultar essa pessoa”.
“E aquele que tem sido o posicionamento do Governo relativamente ao Partido Socialista, parece-me a mim que é a posição de quem não está muito interessado em fazer um acordo e isso a mim preocupa-me porque eu acho que o país precisava de um orçamento para o ano que vem e precisava que esse orçamento fosse bom, justo para as pessoas”, defendeu.
O primeiro-ministro e líder do PSD afirmou hoje que irá apresentar “aos partidos e em particular ao PS” uma proposta que classificou de irrecusável, à luz de princípios como o interesse nacional, a boa fé ou a responsabilidade.
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