De acordo com o Quartz, o advogado de 69 anos já preencheu o formulário de candidatura para candidatar-se, precisando assim de vencer as primárias do partido Democrata para concorrer à Casa Branca.

Membro de uma das mais poderosas famílias políticas dos EUA, Robert Kennedy Jr é filho de Robert F. Kennedy, que foi procurador-geral entre 1961 e 1964 e senador desde 1965 até à sua morte.Também conhecido por “Bobby”, Robert F. Kennedy foi baleado na madrugada de 6 de junho de 1968 no hotel Ambassador, em Los Angeles, depois de dar um discurso pela sua vitória nas eleições primárias do Partido Democrata na Califórnia, rumo à corrida presidencial. O então senador morreu no dia seguinte, aos 42 anos.

Robert Kennedy Jr será então o quarto membro da sua família a candidatar-se à Casa Branca: além do pai, concorreram os tios John F. Kennedy e Ted Kennedy. Se o primeiro foi mesmo presidente dos EUA entre 1961 e 1963, morrendo em pleno mandato quando foi assassinado em Dallas, o segundo, que foi durante quase 47 anos senador pelo partido Democrata, concorreu nas primárias democratas de 1980, perdendo para Jimmy Carter, que viria a ser eleito presidente.

No entanto, ao contrário dos seus familiares, Robert Kennedy Jr nunca teve um cargo político — e tem ficado conhecido por razões bem mais controversas. Advogado ambiental de sucesso, tornou-se numa das mais notórias vozes do movimento anti-vacinas dos EUA, promovendo a teoria de que as vacinas causam autismo.

Mais recentemente, durante o pico da pandemia da covid-19, deu força ao movimento negacionista na Alemanha ao participar num comício e viu as contas de Youtube, Facebook e Instagram da organização Children's Health Defense, que lidera, removidas por violarem as políticas de combate à desinformação.

Já em 2022, viu-se forçado a pedir desculpa por sugerir que a vida das pessoas em pandemia era pior do que foi para Anne Frank, a adolescente que morreu num campo de concentração nazi. Foi a segunda vez que pediu desculpas por fazer referências ao Holocausto, no âmbito da sua atividade de combate à vacinação.

“A minha intenção era utilizar exemplos de barbáries do passado para mostrar os perigos das novas tecnologias de controlo. Como as minhas observações causaram mágoa, estou verdadeiramente e profundamente arrependido”, acrescentou.

A incógnita agora nesta sua corrida à Casa Branca é perceber que apoios terá no seio do partido Democrata, sendo que, até à data, só a escritora de auto-ajuda Marianne Williamson oficializou a sua candidatura.