O barco ‘Mare Jonio’ da organização não-governamental (ONG) italiana ‘Mediterranea Saving Humans’ saiu na noite de terça-feira desde o porto de Trapani, na Sicília, para a sua oitava missão de resgate, informou hoje a organização em comunicado, citada pela agência EFE.

“Depois de resgatar centenas de pessoas e depois de tantos meses de imobilização, primeiro de forma injusta, e depois forçada devido à pandemia, a ‘Mediterranea’ regressa ao mar”, anunciou.

Segundo a ONG, a missão irá procurar denunciar que “os refugiados de guerra e vítimas de tortura são deixados para morrer em silêncio ou são capturados com a coordenação dos governos europeus e devolvidos à tortura nos campos de detenção da Líbia”.

Devido às regras de distanciamento social impostas em Itália devido à covid-19, a tripulação do navio foi reduzida e o barco está equipado para enfrentar uma possível quarentena que venha a ser imposta quer a voluntários, quer a náufragos, em caso de resgates.

Desde 5 de junho que também já está na região o barco da ONG alemã ‘Sea Watch’.

“Nos últimos meses, o Mediterrâneo tem sido um deserto de humanidade, e onde ocorreram terríveis violações. Agora voltamos a fazer cumprir as convenções internacionais e a constituição que os Governos violam”, explicou a porta-voz da organização em Itália, Giorgia Linardi.

A responsável acrescentou que as “instituições europeias demonstraram que não querem gerir o fenómeno das migrações”, denunciando “inúmeros casos de omissão de ajuda, atraso na prestação de socorro e até rejeições ilegais que são crimes internacionais”.

A chegada de migrantes à Europa continuou incessantemente durante os últimos meses e, devido ao encerramento de portos devido à pandemia, a Itália disponibilizou um barco de transporte de passageiros para que aqueles que chegassem às suas margens pudessem passar o período de quarentena lá.

O número de migrantes mortos na embarcação que pretendia atravessar o mar Mediterrâneo e que naufragou na costa da cidade de Sfax, na Tunísia, aumentou para 30, anunciaram hoje as autoridades.

Na terça-feira, 22 corpos – incluindo 19 mulheres e duas crianças – apareceram numa praia na ilha Kerkennah, enquanto os outros corpos foram encontrados a flutuar na água após o barco ter naufragado.

Um porta-voz do tribunal do Sfax, Mourad Turki, explicou que as vítimas eram principalmente da Costa do Marfim, com exceção do capitão do barco, que era tunisino.

Alguns relatos referem que 53 migrantes estavam a bordo do barco, muitos dos quais ainda não foram encontrados.

Segundo os meios de comunicação, os migrantes, tunisinos e cidadãos procedentes de vários países de África, abandonaram a costa tunisina no dia 04 de junho, em direção à ilha vizinha de Lampedusa, tendo navegado à deriva durante dias.

As autoridades locais abriram uma investigação para esclarecer os factos, sem acrescentar mais detalhes.

A ilha italiana de Lampedusa fica a apenas 200 quilómetros de distância da costa tunisina.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 411 mil mortos e infetou mais de 7,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.

Em África, há 5.530 mortos confirmados e mais de 203 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

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