O parlamentar, que foi referenciado como emissário do Presidente Michel Temer junto da JBS, segundo uma gravação entregue pela empresa num acordo de colaboração firmado com a Justiça brasileira, foi filmado a carregar uma mala com aquela quantia em abril.
O montante foi entregue pela JBS numa operação controlada pela polícia local que estava a recolher provas para identificar os supostos participantes de um esquema de corrupção que envolveu políticos de destaque e, alegadamente, o próprio chefe de Estado brasileiro.
A Agência Brasil informou que os documentos que comprovam a entrega do dinheiro à polícia foram enviados ao juiz Edson Fachin, que analisa os casos de corrupção da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).
Na semana passada, este mesmo juiz determinou o afastamento do mandato do deputado, atendendo um pedido da Procuradoria-Geral da República.
O Brasil está mergulhado há mais de dois anos numa crise política acentuada pelas contínuas suspeitas de corrupção que pendem sobre vários políticos, investigadas no quadro da operação Lava Jato.
Pagamentos ilegais por parte de empresas como a JBS, a construtora Odebrecht ou a petrolífera Petrobras levaram ao afastamento de dezenas de políticos, atingindo, entre outros, o ex-presidente do Congresso (parlamento) Eduardo Cunha e o candidato presidencial derrotado Aécio Neves (centro-direita).
O caso chegou a 18 de maio à Presidência com a abertura de um processo no STF ao Presidente brasileiro e o pedido de novas eleições (diretas ou via parlamento) está a ser subscrito agora por dirigentes dos partidos que apoiam o Governo de Michel Temer.
Desde então, o Presidente tem recusado afastar-se do cargo, queixando-se de perseguição política por parte da justiça brasileira.
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