“Foi por volta da meia-noite e 20 minutos, na madrugada de sexta-feira. Eu estacionei o carro no local do costume, no centro de Ovar e, quando estava a atravessar a rua a pé, há um veículo, acastanhado, da marca Renault 9, que passa por mim a poucos metros e de onde sai um disparo de arma de fogo da janela de trás. Havia pelo menos três pessoas no interior do carro”, contou à Lusa o presidente da Concelhia do CDS de Ovar.
Fernando Camelo de Almeida, acredita que o tiro não foi para o atingir, porque o disparo não foi direcionado para ao seu corpo.
“Eu quero acreditar que tenha sido uma brincadeira de mau gosto, uma infeliz coincidência”, admitiu aquele dirigente político que é também presidente da direção do Núcleo do Sporting de Ovar.
Fernando Camelo explicou que tinha estado numa reunião do Sporting de Ovar e que, pelas 23:00, tinha até sido publicada uma fotografia desse encontro na rede social Facebook, demonstrando onde se encontrava naquele momento.
A vítima, que também é deputado na Assembleia Municipal de Ovar, uma autarquia presidida pelo social-democrata Salvador Malheiro, diz que, depois do sucedido, se dirigiu à esquadra da PSP para avisar a polícia de que “andava um carro aos tiros em Ovar”, algo que “não é normal” na cidade.
Na página do Facebook de Fernando Camelo de Almeida, a que a Lusa teve acesso, há uma publicação feita algumas horas antes da ocorrência com o tiro dado a partir de uma viatura em andamento, e onde a vítima tecia várias críticas ao estado de abandono da cidade de Ovar no dia mundial do Turismo
“Ovar parou no tempo e está a perder a oportunidade de crescer e desenvolver a sua economia local, estamos em contraciclo com a tendência nacional. Como se pode desenvolver o turismo num município que tem os passeios imundos, tem uma praga de pombas, tem um parque urbano ao abandono, tem um rio que mais parece um matagal por falta de limpeza, tem as estradas esburacadas, tem espaços junto à ria inaugurados recentemente ao abandono, tem um espaço em frente à praia de Esmoriz desleixado (Ancoradouro), tem o palacete dos Castanheiros em mau estado e sem qualquer tipo de conservação, tem as capelas dos Passos fechadas e sem conservação, tem fontes num completo estado de degradação e abandono, temos uma cidade escura”, lê-se na página do Facebook.
Fonte ligada ao CDS adiantou à Lusa que há um “clima hostil” a nível político em Ovar, atualmente, e que o carro daquele dirigente do CDS já foi vandalizado este ano "duas vezes".
Fernando Camelo de Almeida adiantou à Lusa que vai manter o seu quotidiano "normal" e que vai “aguardar a investigação que deverá ter seguido para o Ministério Público”.
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