O relatório divulgado pela publicação científica confirma que as camadas de gelo na Gronelândia e na Antártica, cuja perda de massa tem aumentado rapidamente, estão “em concordância com o pior cenário de aumento do nível do mar” do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas.
O estudo publicado na Nature Climate Change compara os resultados nas alterações na camada de gelo a partir de observações de satélite com projeções de modelos climáticos.
A observação ficou a cargo de uma equipa internacional de cientistas da Universidade de Leeds (Reino Unido) e do Instituto Meteorológico Dinamarquês (DMI).
“Desde que a monitorização sistemática das camadas de gelo começou, no início de 1990, a Gronelândia e a Antártica juntas perderam 6,4 triliões de toneladas de gelo entre 1992 e 2017”, elevando o nível global do mar em 17,8 milímetros, lê-se no documento.
Os cientistas afirmam que se estas taxas continuarem, as camadas de gelo deverão elevar o nível do mar em mais 17 cm, expondo mais 16 milhões de pessoas a inundações costeiras anuais até ao fim do século.
Para o autor principal do estudo, Tom Slater, investigador do clima do Centro de Observação e Modelação Polar da Universidade de Leeds, os satélites são o único meio de monitorizar rotineiramente estas áreas vastas e remotas, logo são “absolutamente essenciais” para fornecer medições.
“As observações de satélite não apenas nos dizem quanto gelo se está a perder, mas também ajudam a identificar e entender que partes da Antártica e da Gronelândia estão a perder gelo e através de que processos”, explicou.
A agência meteorológica da ONU anunciou no início do mês que o verão de 2020 vai deixar uma “ferida profunda” nas áreas do planeta cobertas por gelo, depois de uma onda de calor no Ártico.
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