O objeto em causa, um asteroide batizado com o nome "Oumuamua", que significa mensageiro em havaiano, foi detetado a 19 de outubro pelo telescópio Pan-STARRS1, no Havai, nos Estados Unidos, e provém de um outro sistema solar, medindo 400 metros de comprimento, o equivalente a cerca de dez vezes a sua largura.

Segundo os astrónomos que confirmaram em novembro a descoberta, o corpo celeste invulgar viajou sozinho através da Via Láctea durante centenas de milhões de anos antes de passar pelo Sistema Solar e depois prosseguir a sua rota.

Agora, uma equipa internacional de cientistas, liderada por investigadores da universidade britânica Queen's University Belfast, descobriu que a superfície de "Oumuamua" é parecida com a de pequenos corpos gelados do Sistema Solar ricos em carbono, cuja estrutura é alterada pela exposição a raios cósmicos (partículas de alta energia).

No estudo, publicado na revista da especialidade Nature Astronomy, a equipa avaliou o modo como o estranho asteroide refletiu a luz solar, concluindo ser semelhante a objetos gelados cobertos por uma crosta.

A crosta de "Oumuamua" poderá ter protegido o seu interior gelado da sublimação (passagem do estado sólido para gasoso), apesar de o asteroide ter passado a 23 milhões de quilómetros (distância curta em termos astronómicos) do Sol em setembro, refere em comunicado a Queen's University Belfast.

A mesma equipa científica descobriu que "Oumuamua" apresenta uma cor idêntica à de alguns dos pequenos planetas gelados em redor do Sistema Solar que tem estado a estudar.

Tal significa, de acordo com os astrofísicos, que diferentes sistemas planetários na Via Láctea contêm planetas mais pequenos, tal como o Sistema Solar.