A desmatação da vegetação envolvente ao Aqueduto da Usseira, no concelho de Óbidos, vai ser concluída até ao final do mês, no âmbito de um processo de recuperação do imóvel que a autarquia quer classificar como monumento nacional.

O objetivo “é reabilitar o aqueduto, recuperar e revitalizar um património do município que é muito importante”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Óbidos, Filipe Daniel (PSD), estimando que a desmatação da vegetação envolvente à estrutura, iniciada em junho, fique concluída até dia 31.

O Aqueduto da Usseira, “pelo seu valor histórico, merece ser recuperado”, defendeu o autarca numa nota de imprensa da câmara, no distrito de Leiria, que pretende avançar com o pedido de classificação como Monumento de Interesse Nacional, aumentando assim a classificação que já tem, desde 1962, como imóvel de interesse público.

Com base num levantamento do Serviço de Arqueologia do Município de Óbidos sobre as condições desta estrutura, apresentado em outubro de 2022, Filipe Daniel estimou na altura que a reabilitação do monumento implique um investimento na ordem dos 4,8 milhões de euros.

A intervenção no aqueduto deverá passar por reerguer algumas partes não visíveis e reabilitar partes que poderão ser beneficiadas com a construção de passeios iluminados, anunciou o autarca.

A obra prevê ainda a criação de pontos de sensibilização para a flora, fauna e o uso eficiente da agua, bem como a criação de percursos sensoriais, através de sons e de uma rota olfativa.

O processo de recuperação teve início em março de 2022 e, em janeiro deste ano, a Direção Geral do Património Cultural (DGPC) autorizou a realização de uma intervenção de desmatação ao longo do monumento, com base no relatório elaborado pelo Serviço de Arqueologia.

Mandado construir em 1573 pela rainha Catarina de Áustria este é um dos aquedutos mais antigos do país, com uma extensão de 3,7 quilómetros e com o maior número de arcos sucessivos, num total de mais de 200.

O imóvel, que se estende desde as três minas, junto à Usseira, a cerca de 130 metros de altitude, até ao chafariz da Praça de Santa Maria, a cerca de 60 metros de altitude, é composto por troços superficiais e aéreos, consoante as características morfológicas do terreno.

De acordo com a autarquia de Óbidos, há 80 anos que este monumento não recebia qualquer intervenção de manutenção.