“Até esta manhã, um total de 3.407 suspeitos foram detidos por várias acusações desde o início da violência (…), sendo concedida liberdade sob caução a um suspeito, e 1.122 devem comparecer em diferentes tribunais das duas províncias mais afetadas, estando os restantes processos em fase de investigação”, adiantou a NatJOINTS em comunicado.

A estrutura avançou ainda que “a tensão parece ter acalmado” no país e que as forças de segurança estão a realizar operações de recuperação de bens roubados em KwaZulu-Natal e Gauteng, as duas províncias afetadas pelos atos de violência.

Durante as operações deste fim de semana, 14 suspeitos de estarem na posse de bens pilhados durante os tumultos, como televisores, computadores, mobiliário e roupa, foram detidos na província de Gauteng e outros 92 na província de KwaZulu-Natal.

O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, agradeceu hoje aos milhões de pessoas que se recusaram a participar na destruição de “vidas, de meios de subsistência e de propriedades” durante os tumultos que decorreram há cerca de uma semana.

“Não podemos dizer que ataques semelhantes não serão tentados no futuro, nem que aqueles que procuram dividir-nos cessarão seus esforços”, salientou Cyril Ramaphosa, nas celebrações do Dia Internacional Nelson Mandela, comemorado anualmente a 18 de julho, data de nascimento do ex-Presidente sul-africano e vencedor Nobel da Paz.

Os primeiros incidentes, com a queima de pneus e o bloqueio de estradas, aconteceram na semana passada, no dia seguinte à prisão do ex-Presidente Jacob Zuma, por desrespeito ao Tribunal Constitucional.

Armazéns, fábricas e centros comerciais foram saqueados e a violência alastrou à maior cidade do país, Joanesburgo, num cenário de desemprego endémico e de novas restrições contra a covid-19.

Ações de violência e saques eclodiram também no bairro de Regents Park, sul de Joanesburgo, onde residem pelo menos 300 portugueses, disse o conselheiro José Luís da Silva à Lusa.

Os incidentes ocorreram na madrugada de sábado, na Victoria Street, área residencial onde vive um número significativo de portugueses, maioritariamente oriundos da ilha da Madeira, que operam vários negócios, explicou o conselheiro da diáspora madeirense em Joanesburgo.

Estima-se que vivam cerca de 450.000 portugueses e lusodescendentes na África do Sul, dos quais pelo menos 200 mil em Joanesburgo e Gauteng e 20.000 no KwaZulu-Natal, as regiões do país mais afetadas, mas, segundo os conselheiros da diáspora madeirense no país, não há cidadãos nacionais entre as vítimas.

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