"Ele estava no Top 10 dos pedófilos mais procurados do mundo". Um homem de 40 anos, desconhecido pelos tribunais, foi detido numa cidade no sudoeste de França, suspeito de ter sites de pornografia infantil acessíveis a "milhares de pessoas" na "darknet", a parte oculta da internet.

O suspeito "tornou-se um dos dez alvos prioritários do mundo" na luta contra o abuso infantil, disse o procurador da República de Bordeaux, Frédérique Porterie, na segunda-feira.

Detido a 7 de julho em sua casa, numa área rural do leste de Bordeaux, o suspeito também é acusado de violar os seus dois filhos menores, gravar as violações e publicar os vídeos online, de acordo com uma fonte próxima ao caso.

Durante a busca, os investigadores apreenderam equipamentos informáticos em sua casa. "Para ser administrador, é necessário ter material, como servidores".

O homem, que reconheceu os factos e está detido provisoriamente, "permitiu que milhares de utilizadores da Internet em todo o mundo acedessem a fotografias e vídeos de pornografia infantil".

"Desconhecido dos serviços policiais e de justiça", o suspeito apresenta "um perfil totalmente comum: casado, pai de família, integrado a uma profissão", que trabalha numa comunidade local, disse uma fonte próxima do caso à AFP.

"Ele era um superadministrador de portais de pornografia infantil que parece um homem totalmente normal", resume Eric Bérot, chefe do escritório central de Supressão da Violência contra Pessoas (OCRVP), a estrutura policial que realizou a investigação após detectar o caso em 2014.

A sua prisão é o resultado de "trabalho de cooperação internacional", enfatizou Eric Bérot. "Ele comunicava apenas em inglês. Não tínhamos indicação da sua nacionalidade. Mais tarde, com a infiltração cibernética, conseguimos identificá-lo", explicou.

A polícia francesa realizou a investigação em colaboração com a Europol, a polícia europeia, que possui uma célula para combater as redes internacionais de pornografia infantil da "darknet".

"Os serviços repressivos mundiais tinham como alvo um internauta há anos, que usava pseudónimo e administrava dois portais de pornografia infantil na darknet", disse a juíza Porterie à AFP, acrescentando que em 2007 ele já tinha partilhado nas redes "fotos e vídeos de sua própria produção".

Por fim, os investigadores franceses "conseguiram identificar o seu endereço IP", explicou.

O indivíduo foi acusado a 9 de julho por "crime organizado" e "posse e gravação" de imagens pornográficas infantis. Também é acusado de "violação incestuosa" e "agressões sexuais incestuosas" a menores, foi referido em comunicado.