Segundo o diretor do Sernic na província de Cabo Delgado, Ntego Crisanto, o indiciado terá sido apanhado com uma pasta contendo cinco armas do tipo AK47, carregadores e seis pares de fardamento militar, material que terá supostamente recebido de um outro indivíduo que passou pela região numa viatura de transporte de passageiros vindo do distrito de Mueda, a mais de 300 quilómetros de Pemba.

“A história revela-nos que quando os insurgentes estão para entrar no território adiantam os equipamentos e depois vêm [vestidos] à civil. Portanto, nós entendemos que isso é um ‘modus operandi’ dos insurgentes”, acrescentou.

Desde a eclosão dos ataques em outubro de 2017, pelo menos 1.059 pessoas perderam a vida em resultado dos conflitos, além da destruição de várias infraestruturas.

De acordo com as Nações Unidas, a violência armada, provocada por grupos classificados pelas autoridades moçambicanas e internacionais como uma ameaça terrorista, levou à fuga de mais de 250.000 pessoas de distritos afetados pela insegurança, mais a norte da província.

A capital provincial, Pemba, tem sido o principal refúgio para as pessoas que procuram abrigo e segurança em Cabo Delgado, mas há quem prefira fugir para outros distritos e até províncias da região, com destaque para Nampula.

Além do suposto membro dos grupos insurgentes, o Sernic anunciou ainda que deteve também quatro cidadãos tailandeses que se supõe que façam parte de uma rede de tráfico de pedras preciosas em Cabo Delgado.

Segundo as autoridades, o grupo, que estava prestes a sair do país, foi detido na posse de cerca de 15 quilos de pedras preciosas, cinco mil dólares (quatro mil euros) e 300 mil meticais ( mais de três mil euros).

As pedras terão sido levadas nas minas de Montepuez, através do garimpo ilegal, e suspeita-se que tenham funcionários públicos envolvidos no esquema, segundo as autoridades.