Ricardo Gonçalves referiu à Lusa que, aos oito idosos que foram transferidos ainda na noite de terça-feira, depois de conhecidos os resultados aos testes realizados no dia anterior, se juntaram mais 11 transportados durante a manhã de hoje, todos eles assintomáticos em relação à covid-19.
Segundo o autarca, a casa de repouso Idoso Feliz, situada em Casével, no concelho de Santarém, vai ser desinfetada, cabendo a decisão sobre o regresso dos utentes às autoridades de saúde, tendo em conta o seu estado de saúde, e à Segurança Social, uma vez que a instituição não possui alvará, embora apresente “boas condições” de acolhimento.
A realização dos testes na instituição aconteceu depois de um dos idosos ter sido testado, de acordo com o protocolo, quando foi enviado ao Hospital de Santarém, na sexta-feira, devido a uma queda, o mesmo acontecendo com um outro que foi levado no domingo a esta unidade hospitalar.
Em ambos os casos o resultado foi positivo.
Um destes idosos continua internado no Hospital de Santarém, tendo o outro, que entretanto teve alta da doença que motivou a ida a esta unidade de saúde, sido transportado para Abrantes.
Também seis dos nove funcionários testaram positivo, tendo, contudo, sido todos colocados em quarentena em casa, com acompanhamento pela delegada de saúde.
O autarca afirmou que a transferência para o Hospital de Abrantes e não para o de Santarém decorre do facto de ser aquela a unidade referenciada no plano distrital para estas situações.
Ricardo Gonçalves sublinhou que o levantamento de estruturas residenciais para idosos em situação ilegal em curso decorre de uma diretiva nacional do Instituto da Segurança Social, que especifica os procedimentos a adotar.
Segundo os dados divulgados pela Comissão Distrital de Proteção Civil, existem 130 estruturas ilegais no distrito.
Ricardo Gonçalves referiu que no concelho de Santarém foram identificadas 42, o dobro da estimativa feita a partir da informação da Segurança Social e do Agrupamento de Centros de Saúde.
O autarca salientou a distinção entre lares ilegais e clandestinos, sendo que os primeiros acabam por ser referenciados pela Segurança Social por terem feito tentativas de legalização. O conhecimento da existência dos restantes só ocorre por deslocações dos médicos de família em assistência ao domicílio ou dos bombeiros para transporte para o hospital, referiu.
Para Ricardo Gonçalves, a situação criada pela pandemia da covid-19 veio “abrir uma caixa de Pandora”, ao revelar a dimensão de um problema que tem estado escondido e para o qual não existe resposta formal, lamentando os atrasos no Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES).
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