“Os exames são uma forma de elitizar as faculdades, é normal que um aluno que tenha mais possibilidades de, por exemplo, comprar o manual para preparação para o exame ou maior facilidade em contratar explicadores, consiga melhor nota do que um aluno que não tem essas possibilidades, ou seja, os exames não mostram o que a pessoa vale, mas sim o que a pessoa pode pagar”, disse à Lusa Afonso Almeida, a frequentar o 11.º ano.

Este aluno integra o movimento nacional Voz aos Estudantes que hoje promove ações de protesto em escolas de todo o país para exigir melhores condições e mais apoios, no âmbito do Dia Nacional do Estudante.

Os alunos da Escola Artística Soares dos Reis defendem também a redução da carga horária: “Nós cá na escola temos aulas das 08:30 às 18:30, no 11.º e 12.º ano, com apenas a tarde de quarta-feira livre”, disse Afonso Almeida.

“Além do horário de aulas, temos estágio e temos de fazer uma PAA (Prova de Aptidão Artística) para apresentar no final do ano. É realmente muito trabalho”, sustentou.

Nesta escola artística, os estudantes queixam-se também da exiguidade de materiais, poucos professores, poucos funcionários e psicólogos.

“Tendo em atenção a carga horária, se calhar era necessário um reforço de psicólogos”, defendeu Afonso Almeida.

“Esperamos que, finalmente, o Governo nos ouça, o que não tem acontecido, e realmente não me parece que vá acontecer, mas a verdade é que a luta é necessária. Pode não acontecer hoje, mas mais tarde ou mais cedo vai ter de acontecer”, acrescentou.

Afonso Almeida defendeu ainda que o Dia do Estudante “serve para mostrar aos jovens que podem ter voz na sociedade e que podem e devem lutar por isso”.

De norte a sul do país, realizaram-se concentrações e protestos em várias escolas do ensino básico e secundário, sob o mote "Mês de março é mês de dar voz aos estudantes!".

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