Entoando palavras de ordem como “documentos para todos” e “residência para todos”, algumas dezenas de imigrantes “ilegais” criticaram a demora do SEF em passar a documentação a pessoas que trabalham e descontam e Portugal.

No final de um encontro com o diretor adjunto regional do SEF, o representante da associação, Timoteo Macedo, disse aos jornalistas que há pessoas “há quatro, cinco e seis anos a trabalhar e a descontar para a segurança social e para o fisco em Portugal que ainda não têm autorização de residência”.

“É uma injustiça de todo o tamanho, uma falta de respeito para quem trabalha e contribui para este país”, disse

Em relação às demoras nos processos de legalização, segundo Timoteo Macedo, o subdiretor regional do SEF justificou com a falta de pessoal que não permite ao serviço acelerar os processos, havendo, por isso, “gente em situações desesperadas”.

“É necessário que o Governo crie condições para que o SEF também funcione e respeitando os direitos elementares de cidadania de cada trabalhador, dos imigrantes. É importante que o Governo acabe com as políticas securitárias”, referiu ainda Timoteo Macedo.

O protesto reuniu várias dezenas de imigrantes, na maioria provenientes do Bangladesh, Nepal e Paquistão, e que se sentaram na avenida António Augusto Aguiar, junto ás instalações do SEF.

Ao mesmo tempo que decorria a manifestação dos imigrantes, o Sindicato dos Funcionários do SEF (SINSEF) tinha marcado uma concentração silenciosa para hoje, dia em que os trabalhadores iniciaram uma greve de três dias.

Manuela Niza, presidente do SINSEF, compreendeu as reivindicações dos imigrantes, explicando que uma das batalhas do sindicato também é a falta de pessoal, associada a uma carreira digna, enquadrada numa lei orgânica e um estatuto profissional.