Os manifestantes protestaram hoje contra várias reformas governamentais, entre as quais o plano de nacionalização dos serviços de saúde, mas também contra a violência que continua apesar das negociações de paz com os grupos armados.

“Votei pela mudança, por Petro, mas continuamos na mesma situação. Estou a manifestar-me porque acho que a Colômbia ainda tem esperança e porque amo o meu país”, disse Martha Estrada, uma reformada de 64 anos que participou nos protestos em Bogotá, em declarações à agência de notícias francesa Agence France-Presse (AFP) .

Apesar da chuva sentida hoje na capital, dezenas de milhares de manifestantes dirigiram-se para a Praça Bolívar, junto ao palácio presidencial, acrescenta a AFP.

Em Cali (sudoeste), Medellín (noroeste), Barranquilla (norte), Bucaramanga (nordeste) e outras cidades, os manifestantes juntaram-se com bandeiras colombianas, t-shirts brancas e um grito unânime: “Fora Petro!”.

Um dos seus projetos de reforma, a saúde, dividiu o país, pois Petro começou a aplicar várias medidas administrativas apesar das dificuldades encontradas para obter o apoio do congresso.

O presidente quer reduzir o envolvimento do setor privado na prestação de serviços de saúde e, nos últimos dias, interveio em várias entidades que atuam como intermediários entre o Estado e os hospitais, a fim de controlar os seus orçamentos.

Os especialistas concordam que o sistema de saúde está falido e precisa de ser reformado, mas alguns questionam a forma como o Governo tenciona fazê-lo.

Gustavo Petro chegou ao poder em agosto de 2020, tornando-se o primeiro homem de esquerda a governar um país tradicionalmente dirigido por elites conservadoras.

Com uma taxa de desaprovação de 60%,segundo as últimas sondagens, o presidente perdeu o apoio das forças políticas no Congresso e nas ruas.