No total, "1.074 pessoas foram detidas por várias infrações durante uma manifestação não autorizada no centro da capital", declarou a polícia de Moscovo, citada pelas agências noticiosas russas.

Já durante o dia de hoje, uma Organização Não Governamental (ONG) tinha contabilizado mais de 560 detenções em pouco mais de três horas desde que o protesto teve início (às 14:00 horas locais e quando eram 12:00 horas em Lisboa) e que juntou milhares de pessoas no centro da capital russa.

Esta manifestação foi convocada pela oposição extraparlamentar para exigir o registo dos seus candidatos às eleições municipais que vão realizar-se em setembro, tendo a polícia moscovita advertido na sexta-feira que pretendia utilizar todos os meios para impedir o protesto, não autorizado.

Informações anteriormente avançadas indicavam que a polícia estava a transferir os detidos para carrinhas instaladas na zona da concentração, horas antes de esta se ter iniciado.

Algumas detenções foram feitas de forma violenta e muitos manifestantes foram feridos na cabeça, de acordo com jornalistas da AFP.

A polícia de choque decidiu também criar uma barreira de defesa para impedir que os manifestantes se aproximassem da prefeitura, localizada na avenida Tverskaya, na zona central da cidade.

Devido ao forte aparto policial o acesso à zona onde decorreu a manifestação também foi cortado para evitar que mais pessoas se juntem a este protesto.

O líder da oposição Alexei Navalny foi detido esta semana para evitar que pudesse liderar o protesto, e deverá cumprir 30 dias de prisão.

A comissão eleitoral moscovita recusou o registo de 57 candidatos, onde se incluem alguns dos principais dirigentes da oposição, que acusa as autoridades de manipular milhares de assinaturas recolhidas nas últimas semanas pelos candidatos e transcrevê-las incorretamente no registo eletrónico.

O Comité de Direitos Humanos, dependente do Kremlin, tomou posição favorável à oposição e apelou à comissão eleitoral para registar “todos os candidatos” que recolheram o mínimo de assinaturas necessárias, porque o contrário significa ignorar “a vontade de milhares de eleitores”.

A oposição russa encara as eleições municipais como um primeiro passo para tentar ter representação na Duma (câmara baixa do parlamento), nas próximas legislativas de 2021.

Em declarações à agência noticiosa Interfax, na sexta-feira, o porta-voz da polícia da capital russa assegurou que os organizadores da manifestação foram advertidos por escrito sobre a ilegalidade do protesto.

(Notícia atualizada às 21:01 - Atualiza o número de detidos para mais de mil, de acordo com fonte policial)