Entoaram um grande coro de assobios e pronunciaram a palavra de ordem “zero”.

O primeiro-ministro deslocou-se ao Porto de avião para participar, hoje à tarde, na cerimónia de assinatura de contratos para aquisição de novas composições para o metro da cidade.

Os presentes, convocados pelo M0 através das redes sociais, começaram por se concentrar na zona de partidas do aeroporto cerca das 10:00, mas só três horas depois convergiram para a zona VIP envergando as ‘t-shirts’ identificativas do movimento.

Um forte dispositivo policial foi deslocado para a zona, mas não houve qualquer intervenção.

os manifestantes foram mantidos a cerca de 100 metros do local onde se encontrava o carro à espera do primeiro-ministro, que seguiu viagem sem qualquer contacto com grupo do M0.

Estava previsto que os aderentes à iniciativa também se envolvessem na distribuição de brinquedos e alimentos, mas tal não se verificava cerca das 13:00.

Em Lisboa, o M0 concentrou hoje de manhã cerca de 100 manifestantes junto ao Aeroporto de Lisboa. Em Faro e no Funchal, a vigília não registou tanta adesão.

O M0 – movimento social inorgânico criado em maio de 2019 por elementos da PSP e da GNR – optou por protestos em aeroportos para mostrar a quem viaja para Portugal por via aérea “a forma vergonhosa como o terceiro país mais seguro do mundo trata as suas forças de segurança”, segundo notas publicadas por elementos daquele movimento nas redes sociais.

A PSP fez saber na segunda-feira que não recebeu qualquer pedido de autorização para a realização de vigílias na zona dos aeroportos portugueses.

Em comunicado, a Direção Nacional da PSP relembrou o Plano Nacional de Segurança da Aviação Civil, que estabelece que no interior dos aeroportos “só podem ser desenvolvidas atividades diretamente relacionadas com a prestação do serviço de transporte em aviação civil, tendo qualquer outra atividade de ser antecedida de pedido de autorização e aceitação expressa por parte das entidades competentes”.

No comunicado, a Direção Nacional da PSP nunca se referiu ao M0, mas sim às previstas “concentrações de cidadãos junto aos aeroportos internacionais, designadamente de Lisboa, Porto e Faro”.

A PSP apelou ainda a todos os cidadãos para que “mantenham uma conduta de irrepreensível cidadania, seguindo escrupulosamente as orientações e informações disponibilizadas pelos polícias na sua missão de segurança pública”.

Ainda hoje e no âmbito da luta laboral dos polícias, sete sindicatos da PSP e a Associação dos Profissionais da Guarda organizam concentrações em frente do estádio de Braga, onde vai decorrer a ‘Final Four’ da Taça da Liga em futebol, junto do Ministério das Finanças, em Lisboa, e no jardim Manuel Bivar, em Faro.

O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícias, Paulo Rodrigues, disse à agência Lusa que o protesto “terá mais força em Braga”, onde, além da concentração, um grupo de cerca de 20 polícias vai entrar no estádio juntamente com os restantes adeptos e estender uma faixa que terá a inscrição “Polícias exigem respeito”.

Entre as reivindicações estão o pagamento do subsídio de risco, atualização salarial e dos suplementos remuneratórios, criação de legislação relacionada com higiene e saúde, aumento do efetivo e mais e melhor equipamento de proteção pessoal.