Com velas na mão, os professores estão concentrados do outro lado da rua que dá acesso ao pavilhão onde esta noite António Costa fecha os 11 dias de campanha oficial para as eleições autárquicas de domingo.

“Lufada de ar fresco? Nos últimos oito anos gastava 150 euros para trabalhar. Agora gasto 600. Não, obrigada!” é uma das inscrições nos cartazes, que se somam aos gritos de ordem “concurso ilegal” e “justiça”.

Em causa está o concurso para a colocação de professores. Em declarações aos jornalistas, uma das professoras, Rosário Gestosa, apontou que a meta deste protesto é “tentar chegar à fala com António Costa”.

“É a nossa única esperança de que a situação se resolva”, afirmou.

Os professores querem que o Ministério da Educação tenha um diálogo “aberto e frontal” com as estruturas sindicais: “um diálogo que ainda não aconteceu, ao contrário do que o ministério tenta demonstrar”, disse a professora de Educação Física.

Rosário Gestosa referiu que “mais colegas irão juntar-se ao protesto durante a noite e vindos de todo o país”, explicando que há a convicção por parte de “juristas contactados pelos sindicatos e professores de que houve um erro jurídico” no processo de colocação.

“Há fortes probabilidades de haver um erro. Se foi cometida uma ilegalidade por parte do ministério – e já toda a gente assume, quer o Presidente da República, quer o provedor de Justiça, que há injustiças – acho [que] não temos de penar um ano longe das nossas famílias para que seja reposta essa justiça”, disse a docente.

“Primeiro-ministro, ministro da Educação? Ninguém fala com os professores. Será que é porque sabem a enorme asneira que fizera?” é outra das frases escritas nos cartazes.

A chegada de António Costa ao jantar-comício estava agendada para as 20:00, mas sofreu um atraso.