Novo confinamento: Questionado por uma jornalista sobre os comentários do especialista em saúde pública Ricardo Mexia, que na edição de hoje do jornal Público, disse que sem um reforço de meios um novo confinamento será inevitável, António Lacerda Sales afirmou que "todo o esforço que estamos a fazer" é no sentido de tentar afastar "a possibilidade de qualquer novo confinamento". "Obviamente que o confinamento é tudo aquilo que não queremos e é tudo aquilo para o qual neste momento trabalhamos para aliviar quer a pressão ao nível dos serviços de saúde, ACES e hospitais, quer a montante ao nível da interrupção de cadeias de transmissão, com o reforço de recursos humanos ao nível da saúde pública. Portanto, estamos a trabalhar para, obviamente, afastar essa ideia do confinamento. Isso garantidamente não deverá acontecer".

Ministro infetado contactou com o Presidente da República: “Sua excelência o Presidente da República esteve em contacto no mesmo evento que se chamou `Construir o futuro de Portugal – Um compromisso social´, mas este ocorreu antes do senhor ministro Manuel Heitor estar na fase infecciosa, motivo pelo qual sua excelência o senhor Presidente da República não foi considerado para efeitos de rastreio nesta situação”, explicou Graça Freitas.

Testes rápidos: Sobre a demora na validação dos testes rápidos pela Direção-Geral da Saúde, Graça Freitas, a diretora-geral, disse que "neste momento estamos a chegar a bom porto". "Três instituições, o Ministério da Saúde, nomeadamente a Direção-Geral da Saúde, o Infarmed e o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge têm trabalhado muito para verificar a capacidade de um teste rápido de, de facto, detetar doença", explicou, afirmando ainda que "está para muito breve a publicação de dois documentos que são muito importantes: uma circular normativa conjunta das três instituições com indicações genéricas sobre os testes e em que situações é que estes testes se aplicam e uma orientação clínica, esta sim virada para os médicos dizendo em que circunstâncias é que este teste deve e pode ser aplicado".

Governo contratou mais de 5.000 profissionais de saúde. "Contratámos a termo resolutivo certo 5.076 profissionais, entre os quais 180 médicos, 1.685 enfermeiros, 548 assistentes técnicos, 2.046 assistentes operacionais e 129 técnicos superiores", disse António Lacerda Sales. O governante sublinhou que este tipo de contratações continua aberto, podendo as administrações hospitalares contratar profissionais dos diferentes segmentos. Apontando o "grande esforço" que o Governo tem feito no reforço de recursos humanos, o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde afirmou que estão a decorrer concursos de mobilidades e de contratação de médicos de saúde pública, medicina familiar e a terminarem a especialidade. "Hoje, o Ministério da Saúde tem mais 2.320 médicos especialistas relativamente a 31 de dezembro de 2019", destacou. Sobre o número de clínicos aposentados, referindo-se a dados até maio deste ano, disse que foram 222 médicos especialistas e 95 de medicina geral e familiar. Contudo, António Lacerda Sales alertou para o facto de estes números terem, entretanto, aumentado.

Hospitais de retaguarda e de campanha: “Obviamente que o nosso plano outono-inverno os contempla [hospitais de retaguarda e de campanha] sempre que for necessário porque a pressão sobre os serviços vão aumentando”, disse António Lacerda Sales. O governante explicou que estes equipamentos serão ativados nas suas “devidas dimensões” e de acordo com as necessidades identificadas. Contudo, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde sublinhou que a designação de hospitais de campanha é sempre “muito dúbia” porque, explicou, um verdadeiro hospital de campanha tem uma dimensão muito grande e que pode ir até aos cuidados intensivos, nível III.

Cuidados intensivos: O secretário de Estado da Saúde, perante as taxas de ocupação dos cuidados intensivos a rondar os 70%, diz que "são números que nos dão o conforto da rede de expansibilidade quer ao nível de internamentos, quer de cuidados intensivos”. “Mesmo com estes números, temos um espaço de conforto”, garantiu.

Os números da pandemia: Desde o início da pandemia, Portugal já registou 2.094 mortes e 87.913 casos de infeção, estando ativos 32.321 casos, mais 924 do que no domingo. A DGS indica que das 14 mortes registadas, oito ocorreram na região Norte e seis em Lisboa e Vale do Tejo. Relativamente aos internamentos hospitalares, o boletim revela que nas últimas 24 horas há mais 34 pessoas internadas totalizando 877, das quais 128 em cuidados intensivos (mais quatro em relação a domingo).

(Notícia atualizada às 17:32)