No documento, divulgado no Dia Mundial da Alimentação, a Direção-Geral da Saúde (DGS) quer a reduzir, a curto prazo, isto é, até 2027, pelo menos 10% do teor de sal e 20% no teor de açúcar nos alimentos que mais contribuem para a ingestão de sal e açúcar na população portuguesa.
De acordo com a DGS, 77% dos portugueses têm uma ingestão do sal superior a 5 gramas por dia, enquanto 41% das crianças e quase 50% dos adolescentes têm uma ingestão de açúcares muito acima do recomendado.
"A alimentação inadequada é uma das principais causas evitáveis de doenças crónicas, perda de qualidade de vida e mortalidade prematura em Portugal. Estima-se que nos próximos anos, a alimentação inadequada possa vir a ultrapassar o tabaco no ranking dos fatores de risco modificáveis que mais condicionam a carga da doença a nível nacional", lê-se no documento hoje divulgado.
Nos objetivos do PNPAS, a médio e longo prazo, estão ainda a redução consumo de carne processada e o aumento da percentagem de consumo de pelo menos 400 gramas de fruta e hortícolas em adultos, crianças e adolescentes até 2030.
A redução do consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas, um corte de 30% na ingestão de sódio e um aumento de 50% do aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses são outras das metas listadas.
11,4% da mortalidade já se deve à alimentação inadequada
"A promoção da alimentação saudável e a prevenção e controlo de todas as formas de malnutrição, em particular do excesso de peso e da obesidade, mantêm-se como prioridades de saúde, tanto que as projeções para 2030, em Portugal, sugerem que os erros alimentares e o excesso de peso e obesidade podem vir a ultrapassar o tabaco no ranking dos fatores de risco que mais contribuem para a mortalidade", sublinha o novo Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável.
Os números mais recentes dizem que 11,4% da mortalidade no nosso país já tem como causa a alimentação inadequada. Das mais de 13 mil mortes, 9.666 pessoas morreram devido a doenças cardiovasculares, 2.165 por doença oncológica e 1.443 por diabetes e doenças renais.
Para 2030, a DGS estima que 14% da mortalidade seja atribuída à má alimentação, acima de fatores de risco como o álcool (12%) ou o tabaco (11%).
O programa, que lança as novas linhas de orientação na alimentação, vai ficar em consulta pública por um período de 21 dias.
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