Este ano, a instituição teve de eliminar 383 vagas, no âmbito de uma medida do Ministério do Ensino Superior, que decidiu cortar 5% das vagas em Lisboa e Porto para favorecer as instituições do interior.

Em média, as universidades e politécnicos de Lisboa e Porto reduziram menos de dez vagas por curso para cumprir o corte imposto pelo Governo, mas o curso de Direito da Universidade de Lisboa perdeu 115 lugares, que só foram contrabalançados com o curso em regime pós-laboral, com 86 vagas.

A redução de vagas foi criticada pelo reitor António Cruz Serra, que hoje participa na cerimónia do Dia da Universidade de Lisboa.

A ULisboa transformou-se na maior instituição de ensino superior em Portugal quando, há cinco anos, se deu a fusão entre as universidades Técnica e de Lisboa.

Todos os anos recebe mais de 7.500 novos alunos que escolheram um dos 417 cursos das suas 18 faculdades e institutos.

A ULisboa é já considerada uma das maiores instituições europeias e é frequentada por quase 50 mil alunos, dos quais quase sete mil são estrangeiros, oriundos de mais de cem nacionalidades.

Todos os anos saem da instituição mais de 100 mil estudantes diplomados de cursos cuja taxa de empregabilidade é bastante elevada, segundo um inquérito feito recentemente pela ULisboa aos estudantes após terminarem o curso.

Há em média cinco vezes mais procura do que vagas disponíveis, segundo dados relativos às candidaturas realizadas no ano letivo de 2016/2017, altura em que se candidataram a cursos da UL mais de 42 mil alunos para cerca de 7.600 vagas.

A Universidade de Lisboa dispõe de dez museus, três jardins botânicos, dois observatórios astronómicos, além de vastas coleções e património cultural de natureza científica, histórica e artística.

Hoje, dia da ULisboa será lançada uma moeda comemorativa dos 250 anos do Jardim Botânico da Ajuda, pela Inauguração da Exposição sobre o Jardim Botânico Tropical e pelo lançamento da Imprensa da ULisboa.

Decorrerá, ainda, uma sessão solene de encerramento na reitoria que contará com a presença de António Cruz Serra e do Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa.

Repetindo um gesto feito no início do mês no encontro Ciência 2018, os bolseiros de investigação científica prometem marcar presença na sessão solene em protesto contra a precariedade laboral no setor.

Os bolseiros têm-se queixado, nomeadamente, de incumprimento por parte das instituições da lei que permite substituir bolsas de pós-doutoramento por contratos de trabalho a termo.

O reitor da Universidade de Lisboa, Cruz Serra, tem defendido a contratação de professores em vez de investigadores, uma possibilidade que a legislação de estímulo ao emprego científico permite.

Apesar de reconhecer "resistências bem identificadas" de instituições em contratar investigadores, o ministro da Ciência, Manuel Heitor, argumenta que as universidades "têm autonomia que tem de ser respeitada", cabendo ao Governo usar "a persuasão".