Na capital francesa, grupos radicais entraram hoje em confronto com a polícia e militares no centro de Paris durante a manifestação do 1.º de Maio, convocada pela Confederação Geral do Trabalho.

Segundo a agência de notícias espanhola Efe, as forças de segurança francesas adotaram medidas excecionais, colocando 1.500 polícias e militares ao longo do trajeto, entre as praças da Bastilha e da Itália.

Logo após o início da marcha, cerca das 15:30, a polícia afirmava na rede social 'Twitter' que havia cerca de 1.200 elementos mascarados e encapuzados na zona da ponte Austerlitz, situada a meio do percurso, que acabaram a lançar projéteis contra as forças de segurança, que responderam com gás e canhões de água.

Pelo menos um restaurante e um stand de carros ficaram danificados, depois de atingidos com caixotes do lixo, cocktails Molotov e objetos incendiários.

Em Istambul, Turquia, dezenas de pessoas foram detidas quando tentaram avançar sobre o centro da cidade, vedado a manifestações pelas autoridades, que alegaram problemas de segurança.

Pelo menos 45 pessoas foram detidas quando tentaram furar o cordão em volta da praça Taksim, simbólica para o movimento laboral turco por ter sido palco do massacre de 34 pessoas no desfile de Primeiro de Maio em 1977, quando desconhecidos dispararam contra a multidão.

Em 2018, enquanto a polícia detinha manifestantes, os principais sindicatos turcos organizavam um comício numa zona autorizada pelo governo turco.

Em Moscovo, mais de 100.000 pessoas saíram à rua para o desfile anual que partiu da Praça Vermelha.

Na segunda-feira passada, uma manifestação com 10.000 pessoas criticou o bloqueio da aplicação de mensagens Telegram, mas quaisquer críticas ao governo estiveram ausentes do desfile de hoje, uma demonstração do poder das autoridades e do partido do Presidente, Vladimir Putin, Rússia Unida.

No entanto, em São Petersburgo, a manifestação oficial, feita debaixo de chuva, contou também com centenas de pessoas que decidiram protestar contra o encerramento do serviço Telegram.

Em Havana, capital de Cuba, o desfile serviu para os sindicatos manifestarem apoio ao novo Presidente, Miguel Diaz-Canel, e ao seu antecessor Raul Castro, pela voz do secretário-geral da central sindical única, Ulises Guilarte, que afirmou tratar-se de "uma demonstração de apoio à revolução" cubana.

Guilarte criticou ainda "as ações agressivas e a ingerência do governo americano", reclamando mais uma vez o levantamento do embargo que os Estados Unidos mantêm à ilha desde 1962.

Tanto em Havana como em outras cidades, houve desfiles em que centenas de milhares de pessoas assinalaram o Dia do Trabalhador desfilando com bandeiras e efígies de líderes da revolução como Raul e Fidel Castro, e de aliados de Cuba, como o venezuelano Nicolás Maduro, e o ex-presidente brasileiro Lula da Silva, detido por corrupção e branqueamento de capitais.

Na Grécia, greves nos transportes e nos barcos marcaram o Primeiro de Maio, com três manifestações diferentes a percorrerem as ruas da capital, Atenas, uma delas organizada por um sindicato comunista a partir do parlamento até à embaixada norte-americana.

Dezenas de milhares de pessoas desfilaram em várias cidades alemãs e austríacas para afirmarem os seus direitos perante a globalização, reclamando contra cortes na segurança social, no caso de Viena, onde 12.000 pessoas se concentraram em frente à câmara municipal.

A confederação sindical alemã, DGB, defendeu este ano que tal como o capitalismo industrial foi há cem anos "civilizado pelos sindicatos", a digitalização é hoje um desafio a enfrentar.

Segundo os sindicatos, cerca de 340 mil pessoas assinalaram este ano o Primeiro de Maio nas ruas de várias cidades alemãs, como Berlim e Nuremberga.

Em Espanha, realizaram-se mais de 70 desfiles de Primeiro de Maio, com igualdade de género, melhores salários e melhores pensões como palavras de ordem.

A recuperação da economia espanhola é uma das razões que levam as centrais sindicais a reclamar a redistribuição da riqueza agora que passou a "psicose da crise", como afirmou o sindicalista Unai Sordo, da CCOO, uma das principais confederações sindicais de Espanha.

Em Jacarta, capital da Indonésia, cerca de 10.000 trabalhadores de vários setores concentraram-se em frente ao palácio presidencial para exigir aumentos de salário e pedir ao governo que não deixe entrar trabalhadores estrangeiros, afirmando que prejudicam as oportunidades para os indonésios.