O gabinete do Presidente francês, Emmanuel Macron, divulgou um comunicado após a negociações de hoje em Paris, dizendo que as partes apoiam o “respeito incondicional” por se manter o cessar-fogo no leste da Ucrânia.

As conversas concentraram-se no acordo de paz de Minsk (Bielorrússia) de 2015, destinado a encerrar o conflito indeterminado. A declaração não abordou as preocupações atuais sobre uma invasão russa.

Também hoje Moscovo e Kiev concordaram com a necessidade de manter o cessar-fogo, de acordo com um enviado do Kremlin a Paris.

Os representantes dos países do Formato Normandia, que junta Alemanha, França, Rússia e Ucrânia, reuniram-se hoje, em Paris, para tentar desbloquear o processo de paz na região ucraniana de Donbass.

O encontro envolveu conselheiros políticos dos líderes dos quatro países, que têm dialogado sobre o conflito entre as autoridades ucranianas e separatistas pró-Moscovo.

A reunião na capital francesa decorre num momento de elevada tensão entre a Rússia e o Ocidente sobre uma eventual invasão da Ucrânia, em cuja fronteira Moscovo concentrou milhares de tropas nos últimos meses.

A delegação russa é chefiada pelo chefe-adjunto da Administração Presidencial, Dmitry Kozak, que se encontrou em 06 de junho de 2021, a pedido de Moscovo, com o conselheiro político alemão Jens Plötner e o conselheiro diplomático francês Emmanuel Bonn.

Kozak disse então que as partes concordaram em realizar mais contactos, incluindo com o lado ucraniano, para tentar pôr fim ao conflito no leste da Ucrânia, onde mais de 14.000 pessoas morreram desde 2014, de acordo com a ONU.

Seis dias depois, os dois negociadores alemães e franceses reuniram-se em Kiev com o chefe do gabinete do Presidente ucraniano, Andriy Yermak.

A última reunião presencial do Formato Normandia a nível de conselheiros políticos teve lugar em 12 de janeiro de 2021, em Berlim. Depois disso, os contactos foram realizados por teleconferência.

A Alemanha e a França têm dito que querem reanimar o Formato Normandia, que teve lugar pela última vez ao nível de líderes em 2019, em Paris.

Desde então, os progressos têm sido reduzidos, exceto no que diz respeito à troca de prisioneiros no quadro do conflito na região industrial de Donbass.

A Ucrânia insiste numa nova cimeira, mas a Rússia defende que Kiev deve negociar com os rebeldes em Lugansk e Donetsk, que têm apoio russo, argumentando que se trata de uma “guerra civil” de que Moscovo não faz parte.

A Rússia também acusa a Ucrânia de violar o Acordo de Paz de Minsk sobre a resolução do conflito em Donbass, que foi negociado pelos líderes do Formato Normandia.

Moscovo defende que o conflito no leste da Ucrânia deve ser resolvido primeiro, a fim de desanuviar as tensões com o país vizinho.

A Ucrânia considera a Rússia como um “Estado agressor” por ter invadido e anexado a península da Crimeia em 2014, e por se ter envolvido no conflito em Donbass.

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