“A missão atribuída ao enviado do Papa, o cardeal Matteo Zuppi, é, como o próprio tem vincado, sobretudo de caráter humanitário e tem estado focada nas trocas de prisioneiros, na situação das crianças ucranianas levadas para a Rússia e na garantia de abastecimento de cereais, sobretudo aos países que mais deles necessitam”, afirmou Domingos Fezas Vital, em resposta, por escrito, a perguntas da agência Lusa.

Para o diplomata, “qualquer desenvolvimento positivo nestas três frentes será sempre uma excelente notícia”.

O Papa vai presidir à Jornada Mundial da Juventude (JMJ), entre 01 e 06 de agosto, em Lisboa. A deslocação a Portugal inclui no dia 05 a presença no Santuário de Fátima, para rezar pela paz e pelo fim da guerra na Ucrânia. Neste país, esteve, entre os dias 15 e 17, o presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, bispo Américo Aguiar, a convite da Conferência Episcopal Ucraniana.

No dia 15, em Lviv, Américo Aguiar presenciou o funeral de um soldado morto em guerra, confortando a sua família, segundo o sítio na Internet da JMJ.

Entre outras iniciativas, no dia seguinte, o presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 presidiu a uma missa em Berdychiv, onde estiveram vários fiéis e 12 bispos ucranianos, e presenciou a Peregrinação Anual das Dioceses.

“Vim cá presencialmente dizer-lhes isso e testemunhar-lhes que eles não vão lá [à Jornada], mas nós vimos aqui e levamo-los no coração. No coração não há distâncias”, afirmou Américo Aguiar, em declarações aos jornalistas citadas no ‘site’ da JMJ.

Também no dia 16, o bispo auxiliar de Lisboa esteve na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Dovbysh, “à qual ofereceu o seu anel episcopal e o solidéu, apontando São João Paulo II como inspiração para este gesto”.

Tropas russas invadiram a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.

A ofensiva militar, amplamente condenada na comunidade internacional, foi justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia.

A ofensiva causou até agora a fuga de quase 15 milhões de pessoas — internamente e para países europeus -, de acordo com dados das Nações Unidas (ONU), que classifica, esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945).