“Tivemos uma conversa muito aberta e sincera com o vice-primeiro-ministro [Levan Davitashvili]. Transmitimos-lhe a nossa posição, acordada pelos 27 países da UE, sobre o restabelecimento dos voos diretos entre a Rússia e a Geórgia”, afirmou em declarações à imprensa.
“Lamentamos a decisão do Governo georgiano de aceitar voos diretos da Rússia”, acrescentou.
De acordo com Herczynski, a decisão de Tbilissi “contradiz a posição de isolar a Rússia e pressioná-la para mudar a sua atitude de conduzir uma guerra cruel e agressiva contra a Ucrânia”.
O diplomata observou que “a Rússia tomou uma decisão unilateral de restaurar os voos, mas isso exigia a aprovação do Governo georgiano”, o que a UE desaprova.
Herczynski afirmou ainda que “agora é difícil dizer em que medida este caso afetará a concessão à Geórgia do estatuto de país candidato à adesão à UE”, referindo apenas que “a evolução da situação não é positiva”.
Por sua vez, Davitashvili disse à imprensa que “a posição da Geórgia não pode ser vista da mesma forma que a posição de outros países, pois a sua situação é especialmente difícil”.
“A Geórgia faz fronteira com a Rússia e 20% do nosso território é ocupado pela Rússia”, explicou.
Por esta razão, “o contexto da Geórgia difere do contexto dos países da UE”, acrescentou.
Os voos diretos entre a Rússia e a Geórgia foram retomados em 19 de maio, depois de uma suspensão que durava desde junho de 2019 e Moscovo também permitiu que cidadãos georgianos visitassem a Rússia sem visto.
Após o restabelecimento dos voos, a oposição georgiana saiu às ruas para protestar e mostrar o seu desacordo.
O Presidente russo expressou na sexta-feira a sua surpresa com essa reação, que descreveu como “totalmente inesperada”.
Vladimir Putin destacou que “as autoridades georgianas exigiram repetidamente a isenção de vistos e a retoma dos voos normais”.
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