Fonte deste partido disse à agência Lusa que o texto sobre a linha do PS em relação às eleições para a Presidência da República foi aprovado "sem contestação" esta madrugada no final da reunião do Secretariado Nacional, o órgão de direção dos socialistas.

O texto, que mereceu "pleno acordo" do secretário-geral do PS, António Costa, está a ser esta manhã apresentado aos membros da Comissão Política, sendo, depois, à tarde, discutido e votado em Comissão Nacional, o órgão máximo partidário entre congressos.

Como a agência Lusa já avançou, o Secretariado Nacional do PS vai propor nas reuniões da Comissão Política e Comissão Nacional do partido que seja decidido como orientação para as eleições presidenciais a liberdade de voto, sem indicação de candidato preferencial.

No entanto, segundo fonte da direção socialista, o texto que enquadra este princípio de orientação política nas eleições presidenciais faz várias referências elogiosas à forma como o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, tem exercido o seu mandato desde março de 2016.

A direção do PS considera que o atual Presidente da República desempenhou um papel importante para a estabilidade política em Portugal, contribuiu para uma boa relação institucional entre os diferentes órgãos de soberania e demonstrou um vasto conhecimento do território nacional, criando uma forte ligação afetiva com o povo português.

Neste mesmo texto, fazem-se também "referências positivas" à entrada da ex-eurodeputada do PS Ana Gomes na corrida a Belém, salientando-se que é uma candidata do espaço do socialismo democrático.

"Há muitos militantes socialistas que vão apoiar Ana Gomes, a direção entende que é uma candidatura importante e ninguém quer criar divisões internas a propósito de eleições presidenciais. O PS vai seguir o princípio já antes adotado pelo partido no sentido de haver liberdade de voto nas eleições presidenciais", referiu à agência Lusa um dirigente socialista.

Ainda no que respeita à moção que vai ser hoje votada pela Comissão Nacional do PS, a direção dos socialistas faz uma saudação aos candidatos presidenciais do campo democrático, incluindo aqui o comunista João Ferreira e a bloquista Marisa Matias, além de Marcelo Rebelo de Sousa e de Ana Gomes, e deixa de fora os representantes do populismo e de forças extremistas - uma referência ao líder do Chega, André Ventura.

Ao contrário do que estava previsto, as reuniões da Comissão Política e da Comissão Nacional do PS não vão realizar-se no cine teatro Capitólio, no Parque Mayer, em Lisboa.

Por causa da pandemia de covid-19, as duas reuniões realizam-se por videoconferência, com os elementos da direção do PS presentes no Centro da Esquerda, um espaço perto da sede nacional deste partido na zona do Largo do Rato, enquanto os restantes membros se agrupam nas sedes das respetivas federações distritais.

A reunião da Comissão Política Nacional do PS começou por volta das 10:30, poucos minutos depois de o secretário-geral, António Costa, ter chegado ao Centro da Esquerda.

(Notícia atualizada às 12:59)