“Enquanto existirem evidências de infestação no local, são mantidas as visitas de controlo”, divulgou hoje a Direção Geral de Alimentação e Veterinária, esclarecendo que aquele organismo tem feito “acompanhamento estreito” da Sociedade Avícola da Avarela, identificada como “agente causador” das pragas de moscas no concelho de Óbidos.

Num comunicado enviado à agência Lusa, a DGV esclareceu que, em conjunto com a Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo (DRAPLVT) e a Câmara Municipal de Óbidos, têm sido tomadas “medidas em conjunto” no sentido de solucionar os surtos de moscas.

A exploração, um aviário de perus, “tem implementado um Plano de Controlo de Moscas (PCM), utilizando produtos de combate a pragas de moscas no interior e exterior dos pavilhões”, mas, segundo a DGAV, numa visita efetuada à empresa no dia 19 de junho, “verificou-se a não aplicação de medidas corretas em função do grau de infestação”.

Em consequência, as referidas entidades determinaram, entre outras medidas, “a retirada de camas dos pavilhões, sujeitas a tratamento prévio com larvicida e adulticida, com notificação à DRAPLVT com 48 horas de antecedência”.

Posteriormente, no dia 03 de julho, após nova deslocação ao local, foi determinada “a desinfestação eficaz” das camas de aves de todos os pavilhões no prazo de uma semana “e a suspensão do exercício do Plano de Gestão de Efluentes (PGEP) aprovado pela DRAPLVT, “com interdição imediata de encaminhamento de efluentes para valorização agrícola”.

Foi ainda determinado o condicionamento do encaminhamento de efluentes e camas de aves, bem como da movimentação de animais vivos, “a autorização expressa caso a caso pela DRAPLVT, em articulação com a DGAV”.

A empresa ficou ainda obrigada à “implementação de um sistema de controlo eficaz e credível no prazo de uma semana” e à implementação imediata de todas as ações de controlo do plano de pragas.

Além destas medidas, o aviário vai ser obrigado a encerrar cinco pavilhões ilegais e fica impedido de receber novas aves até exterminar as larvas existentes na exploração.

Estas últimas medidas foram determinadas numa reunião entre a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT), a DRAPLVT, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a Secretaria de Estado do Ambiente e a Câmara de Óbidos, realizada no dia 17 de julho.

As mesmas entidades determinaram ainda a obrigatoriedade de, nos pavilhões licenciados, haver um vazio sanitário entre as mudanças de bandos de aves num período de quatro semanas e que os efluentes da exploração sejam encaminhados para central própria.

A praga de moscas, que se repete desde 2007, levou a secretaria de Estado do Ambiente a solicitar a DRAPLVT a “tomada de medidas imediatas” para resolver o problema, do qual considerou o aviário de perus da Sociedade Avícola da Avarela, Lda. “causador inequívoco”.