O número de pessoas que precisa de ajuda “continua a crescer a cada dia”, à medida que a guerra iniciada com a invasão russa em fevereiro de 2022 entra numa fase prolongada, afirmou a responsável, num comunicado divulgado no final de uma visita de cinco dias ao território ucraniano.
Só nas linhas da frente do combate com a Rússia, há mais de 3,3 milhões de pessoas, incluindo 800 mil crianças, que necessitam urgentemente de ajuda, de acordo com as estimativas da OIM, agência que integra o sistema das Nações Unidas.
Durante a viagem, Amy Pope visitou áreas fortemente danificadas, incluindo as cidades de Odessa e Mykolaiv, e prestou “homenagem à resiliência do povo ucraniano e aos esforços de recuperação liderados pelas autoridades locais e nacionais”, adiantou a organização na mesma nota informativa, acrescentando que a diretora-geral está hoje em Kiev.
“Sinto-me inspirada e honrada pela força daqueles que conheci — mulheres que viajaram de regiões que estavam sob ataque ativo, que partiram com muito pouco além das roupas do corpo e os filhos no carro”, disse Pope, depois de se ter encontrado com pessoas deslocadas num abrigo apoiado pela OIM na cidade de Mykolaiv.
“As pessoas deslocadas e as comunidades de acolhimento precisam de ajuda urgente porque continuam a sofrer ataques de mísseis, destruição de infraestruturas e frequentes cortes de energia”, reiterou.
Na quinta-feira, numa mesa redonda com doadores, a diretora-geral da OIM pediu à comunidade internacional para “manter o rumo na ajuda à Ucrânia e não virar as costas neste momento crítico”.
De acordo com o Plano de Resposta Estratégica da OIM para a Ucrânia e os Países Vizinhos, lançado em janeiro passado, a agência necessita de 1,4 mil milhões de euros para ajudar a Ucrânia e 11 países da região durante os próximos três anos.
Só na Ucrânia, e para este ano, serão necessários cerca de 350 milhões de euros.
A visita serviu também para se encontrar com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, e com a vice-primeira-ministra e ministra da Economia, Yulia Svyrydenko, com quem assinou acordos de cooperação bilateral para a reconstrução do país e revitalização económica.
“Estamos gratos à OIM por ajudar as famílias ucranianas. Em primeiro lugar, com habitação. Esta é uma prioridade máxima para aqueles cujas vidas foram destruídas pela guerra”, afirmou Zelensky durante o encontro.
A guerra na Ucrânia começou em 24 de fevereiro de 2022, quando a Rússia lançou uma ofensiva militar com o pretexto de defender os territórios pró-russos e ‘desnazificar’ o país.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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