Na sentença, divulgada na quarta-feira, o juiz Edward J. Davila, do tribunal distrital dos Estados Unidos, no norte da Califórnia, disse que as demonstrações financeiras elaboradas por Ramesh Balwani “não eram apenas projeções, eram mentiras” e “uma verdadeira fuga de práticas comerciais honestas”.

Balwani, de 57 anos, tinha sido considerado em julho culpado de fraude e conspiração devido a afirmações fraudulentas sobre a capacidade da tecnologia médica da empresa e que colocaram pacientes em risco.

A Theranos anunciou ter desenvolvido um dispositivo que podia identificar centenas de doenças e outros problemas potenciais com apenas algumas gotas de sangue recolhidas com uma picada no dedo.

Apesar de saber que a tecnologia era imprecisa, a empresa continuou a arrecadar dinheiro de investidores, inclusive de bilionários como Larry Ellison, antigo líder da tecnológica Oracle, e o magnata dos media, Rupert Murdoch, e começou a vender os dispositivos em lojas.

A sentença de Balwani foi inferior aos 15 anos de prisão solicitados pelos procuradores federais, mas é substancialmente mais longa do que os quatro a dez meses solicitados pelos advogados de defesa.

O Ministério Público norte-americano pediu ainda a Edward J. Davila que impusesse a Balwani uma indemnização aos investidores no valor de 804 milhões de dólares (765,5 milhões de euros). O juiz adiou a decisão para uma audiência posterior.

Davila já tinha condenado a fundadora da Theranos e antiga companheira de Balwani Elizabeth Holmes a 11 anos de prisão, em 18 de novembro, e ao pagamento de uma indemnização de 121 milhões de dólares (116 milhões de euros) a dez investidores.

A empresa de Silicon Valley, na Califórnia, que chegou a ser avaliada em mais de dez mil milhões de dólares (cerca de 9,6 mil milhões de euros), foi dissolvida em setembro de 2018.

Desde que o caso de fraude da Theranos foi exposto, em 2015, a história de Holmes, de 38 anos, foi aproveitada em numerosos conteúdos mediáticos, incluindo séries televisivas, documentários e ‘podcasts’.

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