“O Governo do Chile informa que, há algumas horas, entrou na residência do embaixador do Chile na Venezuela o vice-presidente da Assembleia Nacional [parlamento], o deputado Freddy Guevara, que, em vista do que considera serem ameaças iminentes à sua segurança e integridade, solicitou a proteção do Chile”, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chileno em comunicado.
A representação diplomática do Chile destacou ter recebido Freddy Guevara na qualidade de convidado “em conformidade com a sua tradição humanitária”, com os princípios que inspiram a sua política externa e “em linha com decisões adotadas em situações idênticas”.
O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) ordenou, na sexta-feira, o fim da imunidade de Freddy Guevara, proibindo-o também de sair do país, uma decisão que constitui um primeiro passo para o levar a julgamento. Segundo o tribunal, é suspeito de ter instigado tumultos e de outros crimes durante os meses de protestos contra o Governo do Presidente, Nicolás Maduro.
Guevara esteve a linha da frente das manifestações da oposição iniciados em abril e que durante meses mobilizaram nas ruas milhares de venezuelanos frustrados com a grave crise política e económica em que se encontra mergulhado o país.
O seu partido, o Vontade Popular, qualificou as acusações de “crimes inexistentes inventados pela ditadura”.
O chamado “Grupo de Lima”, formado por 12 países americanos, também lamentou a decisão do STJ contra Freddy Guevara, considerando que “constitui um novo atentado contra o Estado de Direito e para a separação de poderes na Venezuela”, numa declaração emitida no sábado a partir da Guatemala.
O grupo, que não reconhece a Assembleia Constituinte e apoia a Assembleia Nacional, é formado pela Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru.
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