Num artigo com o título “Por uma vida melhor e uma sociedade mais justa”, Francisco Lopes, membro da Comissão Política do PCP, aborda a crise causada pela pandemia de covid-19, como “o capitalismo” cria e “aproveita as mais diversas situações para agravar a exploração”, centrando-se depois em Portugal.

O ex-candidato presidencial do PCP critica soluções políticas como o bloco central, o regresso da direita, mas também governo do PS sozinho.

“A situação é grave para os trabalhadores e para o País. O caminho não é o das opções do Governo PS, da convergência do PS e PSD com o patrocínio do Presidente da República, não é o do regresso ao passado das opções reaccionárias e revanchistas do PSD, CDS e dos seus sucedâneos e aparentados do Iniciativa Liberal e do Chega”, lê-se no artigo.

Do que Portugal precisa, defendeu, é de seguir o “caminho que Abril abriu e a Constituição da República consagra e que é preciso levar à prática”.

“Portugal precisa da política patriótica e de esquerda, da convergência e da luta para a tornar possível e do reforço do PCP”, conclui Francisco Lopes, antes de defender a via de “enfrentar a ofensiva e tomar a iniciativa”.

E criticou o Governo pela forma como respondeu à pandemia, pela “mistificação” de “decisões recentes relativas a fundos europeus”, procurando “confundir verbas inscritas – condicionadas a critérios de utilização impostos pela UE que servem as multinacionais e as grandes potências (…) – com fundos disponíveis para decidir pelas instituições nacionais ao serviço dos trabalhadores e do povo e do desenvolvimento do país”.

No debate do estado da nação, em 24 de julho, o primeiro-ministro considerou que Portugal precisa de uma base de entendimento política sólida, afirmando que essa condição é indispensável com a atual crise pandémica e rejeitando "competições de descolagem" entre partidos e "calculismos" eleitorais.

"Precisamos de uma base de entendimento sólida e duradoura. Se foi possível antes, certamente terá de ser possível agora. Se foi útil antes, revela-se indispensável agora, ante o desafio de vencer uma crise pandémica com aquela que nos assola", justificou o líder do executivo.

No debate, o secretário-geral do PCP não de uma resposta direta a António Costa, defendeu uma “política patriótica e de esquerda” e uma série temas considerados importantes para dar "resposta aos problemas do país".

Jerónimo de Sousa voltou a defender a revisão da legislação laboral, "um aumento geral de salários", a "valorização de carreiras", a "reposição das 35 horas semanais", e "o combate à precariedade".