
O conflito entre a Rússia e a Ucrânia continua a preocupar e é tema de conversações entre vários países. No dia de hoje, foram duas as reuniões sobre o tema — e amanhã há novo encontro em França.
União Europeia e NATO
Dirigentes da União Europeia (UE) e da NATO reuniram-se esta terça-feira em Paris na tentativa de mostrar uma frente unida perante a mudança na política dos Estados Unidos em relação à guerra na Ucrânia, mas o eventual envio de tropas de paz gerou discordâncias.
O medo é um: os líderes europeus temem que Trump feche um acordo com a Rússia em negociações que excluam a Ucrânia e a UE.
Perante essa hipótese, o anfitrião do encontro, o presidente francês Emmanuel Macron, garantiu que a Europa deseja "uma paz sólida e duradoura na Ucrânia. Para isso, a Rússia deve cessar a agressão e isso deve vir acompanhado de garantias de segurança fortes e críveis para os ucranianos".
Mas as conversas não ficam por aqui. França convocou para quarta-feira uma segunda reunião para discutir a Ucrânia e a segurança europeia.
Assim, os países convidados por Macron, para participar na reunião de quarta-feira são, além do Canadá, aliado da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental): Noruega, as três repúblicas bálticas (Lituânia, Letónia e Estónia), República Checa, Grécia, Finlândia, Roménia, Suécia e Bélgica, segundo duas fontes diplomáticas.
Alguns dos países poderão participar por videoconferência, indicaram os diplomatas. Ao que tudo indica, Portugal ficará novamente fora destas conversações.
Rússia e EUA
Também hoje, altos funcionários de Washington e Moscovo, liderados pelos respetivos chefes da diplomacia, iniciaram, em Riade, conversações para reavivar relações afetadas pela invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, e para preparar uma possível cimeira entre Donald Trump e Vladimir Putin.
Trata-se da primeira reunião russo-americana a este nível e neste formato desde o início do conflito.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticou hoje esta reunião russo-americana que decorreu na Arábia Saudita, caracterizando-a como conversações sobre a invasão russa da Ucrânia “sem a Ucrânia”.
“As negociações estão agora a decorrer entre representantes russos e norte-americanos. Mais uma vez, sobre a Ucrânia e sem a Ucrânia”, condenou o líder ucraniano durante a sua deslocação à Turquia.
A Turquia, membro da NATO, acolheu por duas vezes as conversações entre Moscovo e Kiev em 2022.
Zelensky deslocou-se hoje a Ancara para um encontro com o seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, de quem espera obter apoio.
Em declarações à imprensa a partir de Ancara, Zelensky apelou ainda a conversações “justas” sobre a guerra na Ucrânia, incluindo a União Europeia, o Reino Unido e a Turquia.
“A Ucrânia, a Europa no sentido mais lato - que inclui a União Europeia, a Turquia e o Reino Unido - devem participar nas discussões e na elaboração das garantias de segurança necessárias com os Estados Unidos da América relativamente ao destino da nossa parte do mundo”, defendeu.
*Com agências
Comentários