“Transformação Digital no Sistema Educativo” foi o tema que juntou hoje centenas de diretores escolares, professores e responsáveis governamentais no Centro de Congressos de Lisboa, onde foram apresentados vários projetos que já estão a ser implementados nas escolas.
O “Smart Doc´s” é um desses projetos e pretende acabar com os processos administrativos em papel: além do fim de “milhares de toneladas de papel impressos”, este sistema representa uma poupança de tempo, já que deixam de circular documentos por correio, e de dinheiro, contou à Lusa Luis Farrajota, da direção do Instituto de Gestão Financeira da Educação (IGeFE).
Outra das novidades é a aplicação “Móvel Educação”, que começou a funcionar na segunda-feira e foi desenhada a pensar nas preocupações dos encarregados de educação e também dos diretores escolares.
“Imagine que um agregado familiar se muda de Lisboa para o Porto e tem de colocar os filhos numa nova escola. Até agora, os pais tinham grande dificuldade em fazê-lo porque desconheciam a rede escolar no Porto e essa será uma das vertentes da aplicação: a disponibilidade de informação e tipologia de oferta de ensino”, explicou Luís Farrajota.
Ao abrir a aplicação surgem as escolas mais próximas do local em que a pessoa se encontra e é possível obter dados tão variados como os níveis de ensino aí ministrados ou as notícias que foram saindo sobre determinado estabelecimento de ensino.
A aplicação serve também os diretores escolares, que passam a ter “informação em tempo real da sua execução orçamental, o que permite tomar as melhores opções em termos de gestão”, explicou aquele responsável.
Por exemplo, uma escola situada numa zona do país habitualmente muito fria no inverno pode optar por ligar os aquecedores das salas de aula, já que sabe em tempo real quanto é que essa medida lhe custa e assim garantir que chega ao final do ano sem um saldo negativo.
A aplicação “Preditions ME” é outro dos novos instrumentos de trabalho e define a fórmula de financiamento das escolas tendo em conta o seu contexto social e económico, tendo em conta as diversas tipologias de ensino, o que permite à IGeFE “fazer o controlo orçamental mensal e tomar as melhores decisões ao nível da consolidação do orçamento do Ministério da Educação”, acrescentou.
Para o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, que acompanhou hoje estas apresentações, estas “novas ferramentas permitem a transparência e a responsabilidade do sistema educativo na interlocução com as crianças e jovens, e sobretudo, com as suas famílias”.
Em declarações à Lusa, Tiago Brandão Rodrigues sublinhou que estes processos são “uma nova forma de comunicar”, que representa “ganhos de eficiência e eficácia”.
A transformação do sistema analógico num sistema digital e a utilização das ferramentas digitais nas escolas foram apontadas pelo ministro como “ferramentas fundamentais para o sucesso”.
O ministro salientou ainda a importância de estas aplicações permitirem uma melhor “relação entre todas as estruturas do Ministério da Educação com cada uma das escolas” e entre os estabelecimentos de ensino e as famílias.
Outra das aplicações que já está em funcionamento é o “Escola 360”, que acompanha o aluno desde o momento em que entra no sistema de ensino até terminar o 12.º ano.
“São ferramentas que o Ministério da Educação tem vindo a desenvolver para que a relação entre as escolas e as famílias seja cada vez mais transparente e cada vez com mais responsabilidade”, sublinhou o ministro.
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