Manuel Heitor falava aos jornalistas no Instituto Tecnológico e Nuclear, na Bobadela, concelho de Loures, onde deverá ser feito um investimento de 100 milhões de euros em cinco anos, vindos de fundos europeus e emprestados pelo Banco Europeu de Investimento.

"Hoje, as ciências e tecnologias nucleares permitem curar o cancro", afirmou o ministro após a assinatura de um protocolo com a Agência Internacional de Energia Atómica, no local onde há 57 anos se investiga e trabalha no nuclear, principalmente no reator experimental que o governo e o Instituto Superior Técnico decidiram fechar.

O trabalho nesta área será "reorientado para a saúde", nomeadamente na tecnologia de feixes de protões que "podem ser concentrados num tumor para curar e tratar cancros, sobretudo em doentes jovens e crianças", disse Manuel Heitor.

Será a primeira clínica com esta terapia no sul da Europa e Portugal quer conseguir prolongar a vida a pelo menos três em cada quatro doentes oncológicos.

A Fundação para a Ciência e Tecnologia irá formar médicos e cientistas para poderem usar a tecnologia na clínica, que terá que ser construída de raiz.

Segundo uma nota do ministério da Saúde, a terapia de protões "permite o tratamento eficaz de múltiplas tipologias de cancro, reduzindo eventuais efeitos secundários relativamente a tratamentos baseados em tecnologias mais convencionais, permitindo minimizar as lesões em tecidos saudáveis circundantes dos tumores".

"Prevê-se que venha a ser possível tratar cerca de 700 doentes por ano com feixe de protões, selecionados de acordo com as melhores práticas internacionais", acrescenta-se na nota do gabinete de Adalberto Campos Ferreira.