O Departamento de Investigação e Ação Penal constituiu como arguidos o comandante dos bombeiros de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut, e o segundo comandante distrital de Leiria Mário Cerol.
"Em causa estão factos suscetíveis de integrarem os crimes de homicídio por negligência e ofensas corporais por negligência", respondeu o gabinete de imprensa da PGR à agência Lusa.
Os incêndios de Pedrógão Grande deflagraram em 17 de junho e provocaram a morte a 64 pessoas e mais de 200 feridos. Uma outra pessoa morreu atropelada quando fugia do fogo e, recentemente, uma mulher morreu no hospital, cinco meses depois de ter sido internada na sequência dos incêndios.
Magda Rodrigues, advogada da Liga dos Bombeiros Portugueses, não precisou os eventuais crimes pelos quais o bombeiro voluntário de Pedrógão Grande está indiciado, mas disse que Augusto Arnaut está "tranquilo". A advogada salientou que o "estatuto processual do arguido permite mais vantagens e mais direitos".
Adiantando que o comandante Augusto Arnaut "lamenta" toda a situação, Magda Rodrigues salientou que "o ênfase que se dá a este processo obviamente faz reviver a todos, sobretudo, às vítimas, os momentos de sofrimento de dor e angústia”.
“E, portanto, queremos que a justiça faça o seu papel, de uma forma célere eficaz e silente".
"Com 51 anos, o comandante é bombeiro há 32 anos, está ligado ao corpo de comando há cerca de 18 anos. Obviamente, é um homem com provas dadas e o tempo trará com certeza a verdade a este processo. Está, sobretudo, de consciência tranquila e tudo fez para que o desfecho fosse outro", reforçou, ao informar que não pode dizer mais nada porque o processo se encontra em segredo de justiça.
Hoje de manhã, o segundo comandante distrital de Leiria, Mário Cerol, também confirmou ser arguido na sequência dos incêndios de Pedrógão Grande, que deflagraram em 17 de junho.
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