Ahmed Rashad al-Athamneh, 24 anos, foi atingido a tiro no norte do enclave palestiniano, precisaram.

Trata-se do 36.º palestiniano morto por tiros israelitas desde o início dos protestos da “marcha do retorno”, a 30 de março.

Os manifestantes reivindicam o regresso dos refugiados palestinianos às terras de onde foram expulsos ou fugiram após a criação do Estado de Israel, em 1948, e protestam contra o bloqueio que Israel impõe há mais de 10 anos à faixa de Gaza, dirigida pelo movimento radical Hamas.

A mesma fonte tinha divulgado antes a morte hoje de Ahmad Nabil Abu Aqeb, 25 anos, atingido pelos israelitas com uma bala na cabeça a leste de Jabalia, também no norte da faixa de Gaza.

O Ministério da Saúde de Gaza informou ainda que 83 palestinianos foram feridos nos protestos de hoje junto à fronteira do enclave com Israel.

Daquele total, 26 foram feridos a tiro e 33 tiveram de receber tratamento hospitalar.

As sextas-feiras são o dia em que milhares de palestinianos participam nas manifestações de protesto. A maioria fica a algumas centenas de metros da barreira de segurança fortemente guardada pelo exército israelita, mas alguns aproximam-se da cerca e tentam lançar projéteis contra os soldados, arriscando a vida.

O exército israelita lançou hoje panfletos sobre a faixa de Gaza apelando aos palestinianos para não se aproximarem da fronteira e não se deixarem manipular pelo Hamas.

Advertiam que os militares estão “prontos para qualquer eventualidade”.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, e a representante da diplomacia europeia, Federica Mogherini, já pediram um inquérito à utilização por Israel de balas reais contra os participantes na “marcha do retorno” e o Parlamento Europeu exortou Israel a “abster-se de qualquer recurso à força letal” contra os manifestantes palestinianos.

Os eurodeputados pediram também aos “líderes das manifestações na faixa de Gaza para se absterem de qualquer incitação à violência” e declaram-se preocupados com o “facto de o Hamas parecer ter por objetivo a escalada das tensões”.

O final dos protestos está marcado para 15 de maio, o aniversário da criação de Israel, designado pelos palestinianos como a ‘Nakba’ (catástrofe).