“Teve acesso a informação privilegiada antes de entrar em funções na CGD”, questionou o deputado socialista João Paulo Correia.
“A resposta é não. Não precisava de ter informação privilegiada para desenvolver o trabalho que tinha que fazer”, afirmou Domingues durante a sua audição na nova comissão parlamentar de inquérito à CGD.
E realçou: “Só teria informação privilegiada se a administração que lá estava me desse. E, se tivesse acontecido, a falha não era minha”.
Esta questão fez correr ‘muita tinta’ ao longo do ano passado, com os partidos da oposição (PSD e CDS) a acusarem várias vezes Domingues, que era vice-presidente do Banco BPI antes de aceitar o convite do Governo socialista para liderar o banco público, de ter tido acesso a informação privilegiada.
No entender da direita, só assim Domingues teria capacidade para desenhar o plano de reestruturação da CGD, cujo eixo central assentou na recapitalização acima de 5 mil milhões de euros.
Já no final de novembro do ano passado, perante a insistência da oposição sobre esta matéria, o Governo tinha negado que António Domingues estivesse na posse de informação privilegiada sobre o banco estatal quando participou, como convidado, em três reuniões com a Comissão Europeia para debater a recapitalização do banco, a 24 de março, 07 de abril e 15 de junho de 2016.
Esta é a primeira audição desta comissão de inquérito, pedida potestativamente (de forma obrigatória) por PSD e CDS-PP, que tem como um dos pontos centrais apurar se “é verdade ou não que o ministro [das Finanças] negociou a dispensa da apresentação da declaração de rendimentos [de António Domingues]”, o que tem sido negado por Mário Centeno.
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