Trump tem elogiado a decisão do povo britânico de votar pela saída da União Europeia e a atitude do governo de May no sentido de o fazer rapidamente. A primeira-ministra britânica aterra em Washington, no entanto, na mesma semana em que o Supremo Tribunal britânico se pronunciou a favor da obrigatoriedade da decisão de ativar o artigo 50 do Tratado de Lisboa (que dá início ao processo de saída da UE) passar pelo Parlamento britânico, pelo que não basta uma resolução do executivo nesse sentido.
May quer fazer uma "saída dura" da UE - o que significa ter de negociar um qualquer tipo de acordo quanto ao acesso do Reino Unido ao mercado único comunitário. Já Donald Trump prometeu desfazer o acordo comercial transatlântico (TTIP) com a UE. Ambos já falaram em trabalhar no sentido de assinar um acordo comercial privilegiado entre os Estados Unidos e o Reino Unido e ambos defendem uma linha dura no que toca ao controlo sobre as fronteiras.
"O primeiro encontro entre os dois decorre sexta-feira (hoje) à tarde. Deverão centrar-se, em primeiro lugar, nas questões comerciais, nas questões de segurança, bem como vários problemas urgentes da agenda internacional", afirmou uma porta-voz de Downing Street (a residência oficial do primeiro-ministro britânico).
A questão Síria, a ameaça terrorista e a Rússia deverão estar na agenda da reunião, bem como o acordo nuclear com o Irão, que Londres também assinou e que Trump pretende rasgar.
Na véspera da viagem de May, deputados da oposição no parlamento inglês e organizações não-governamentais exigiram à primeira-ministra que abordasse o tema da tortura na reunião com Donald Trump.
O novo Presidente norte-americano defendeu, numa entrevista na quarta-feira, que métodos de tortura - como afogamentos simulados - "funcionam" contra suspeitos.
O final do encontro entre Trump e May também será seguido com redobrada atenção - especialmente pelos meios de comunicação norte-americanos - já que se será a primeira conferência de imprensa do novo Presidente desde que tomou posse, a 20 de janeiro.
A administração Trump tem pautado a sua postura pelo permanente confronto com a imprensa, uma postura alimentada pelo Presidente em todas as presenças em frente às câmaras.
A sua única conferência de imprensa após a vitória nas eleições presidenciais de novembro ficou marcada pelas questões da interferência da Rússia na votação e por altercações de Trump com jornalistas de meios que o Presidente acha que não o tratam bem.
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