"Tenho a intenção de designar o Brasil como um aliado especial fora da NATO e até mesmo como um aliado dentro da NATO. Isso poderia melhorar nossa cooperação. As nossas nações estão a trabalhar juntas para proteger o povo do terrorismo do crime transnacional e do tráfico de drogas, armas e pessoas, algo que é prioridade", disse Donald Trump, numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, na Casa Branca, em Washington.
O Brasil poderá assim tornar-se no segundo país da América Latina, depois da Argentina, e apenas o décimo oitavo país do mundo a obter o estatuto especial de aliado militar estratégico dos EUA fora da NATO.
Ao longo de toda a conferência de imprensa, Trump elogiou o percurso de Bolsonaro, tanto durante a campanha eleitoral como já no cargo de Presidente, declarando que os dois países têm "valores em comum", como a importância da "família", e a "fé no país".
Donald Trump lembrou que os EUA foram o primeiro país a apoiar a independência do Brasil e que na segunda guerra mundial aquele país apoiou os EUA no conflito, acrescentando que os dois chefes de Estado pensam "de forma muito parecida", referindo o apoio brasileiro ao povo venezuelano.
“Conversámos muito das nossas prioridades mútuas. O Brasil tem sido um líder extraordinário para ajudar o povo da Venezuela. Junto com os EUA, o Brasil foi um dos primeiros a reconhecer Juan Guaidó como presidente interino", lembrou.
“Expresso a minha gratidão profunda ao Presidente Bolsonaro pelo Brasil ter permitido a passagem de ajuda humanitária para os venezuelanos pelo território brasileiro", declarou Trump, na Casa Branca.
O governante dos EUA manifestou-se também acerca do acordo, firmado nesta segunda-feira, que permite aos Estados Unidos da América o lançamento de satélites a partir da base de Alcântara, no Estado brasileiro do Maranhão.
“Depois de 20 anos de conversações, finalmente terminamos o acordo para lançamento de satélites. (...) Economizaremos dinheiro com isso”, frisou Trump.
No início do encontro na Casa branca, o chefe de Estado norte-americano afirmou que apoia a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
"Eu estou a apoiar os esforços deles [brasileiros] para entrar [na OCDE]", disse Trump, ao lado de Bolsonaro, sem dar mais detalhes sobre o assunto.
Bolsonaro: "Realidade do socialismo" levará à reeleição de Trump
"É um assunto interno, respeitaremos o resultado das urnas, mas eu acredito piamente na vitória de Donald Trump", disse o chefe de Estado brasileiro, ao ser questionado pelos jornalistas sobre a sua reação caso um candidato do Partido Democrata, com posições socialistas, vença a disputa eleitoral norte-americana.
"Mais e mais pessoas estão abrindo os olhos para a realidade do socialismo. Todo mundo vai repetir o voto nele aqui", acrescentou, na mesma conferência de imprensa, realizada em conjunto com Donald Trump, no âmbito da visita que está a realizar, desde domingo, aos Estados Unidos.
O chefe de Estado brasileiro também declarou que sempre foi um grande admirador dos Estados Unidos, frisando que este seu sentimento aumentou com a chegada de Trump à Casa Branca.
"Sempre fui um grande admirador dos Estados Unidos e esta admiração aumentou com a chegada de vossa Excelência à Presidência. Este nosso encontro retoma uma antiga relação de parceria e ao mesmo tempo abre um capitulo inédito na relação do Brasil com os Estados Unidos", exaltou Bolsonaro, referindo-se a Trump.
"Hoje destravámos assuntos que já estavam na pauta há décadas e abrimos novas frentes de cooperação. Esta é a hora de superar velhas resistências e explorar todo o vasto potencial que existe entre o Brasil e os Estados Unidos. Afinal, hoje, o Brasil tem um Presidente que não é antiamericano, um caso inédito nas últimas décadas", acrescentou.
Bolsonaro está em visita oficial aos Estados Unidos desde o passado domingo e deverá regressar ao Brasil ainda hoje.
O encontro entre os dois Presidentes é considerado um primeiro passo para uma reconfiguração das relações entre Washington e Brasília.
Jair Bolsonaro admitiu que escolheu os Estados Unidos como o primeiro destino para uma visita oficial desde que assumiu a Presidência do Brasil, em 01 de janeiro, para deixar claro o desejo do seu Governo de se aproximar e alinhar-se as políticas de Donald Trump, de quem afirma ser um confesso admirador.
[Notícia atualizada às 21h16]
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